Dia 30 de agosto de 2002 ficará marcado para sempre na memoria dos acreanos. Dia e ano em que foi registrado o maior desastre aéreo no estado.
O voo 4823 da Rico Linhas Aéreas com procedência de Cruzeiro do Sul, escala no município de Tarauacá e em seguida Rio Branco, a capital do estado não chegou ao destino final e foi interrompido a cerca de mil metros da cabeceira do Aeroporto Internacional de Rio Branco.
Aquele fatídico dia o horizonte era belíssimo com um por do sol deslumbrante, como se fosse o último, e para muitos foi mesmo. A bordo da aeronave Brasília – PT-WRQ, havia 34 pessoas incluindo a tripulação.
O trajeto do avião foi de certa forma tranquilo até se aproximar de Rio Branco, onde o tempo escureceu, uma chuva forte caia e o piloto Paulo Roberto Tavares e o co-piloto, Paulo Roberto Nascimento pediram autorização para pousar no aeroporto da capital. Depois de algumas iniciativas de pouso, a aeronave não respondeu mais a torre de comando do aeroporto de Rio Branco e em seguida veio a notícia que o avião havia caído em uma propriedade particular no ramal do Chapada, divisa entre Rio Branco e município de Bujari.
Ao cair a aeronave atingiu árvores e animais que estavam no pasto dos proprietários de terras da região que ficava a exatos 4,7 quilômetros da cabeceira da pista do aeroporto de Rio Branco.
No acidente morreram 23 pessoas e apenas oito sobreviveram. Um dos sobreviventes de posse de um celular ligou para a emergência e informou o ocorrido que mobilizou bombeiros e toda a equipe da segurança pública e saúde do Estado.
Este foi um dos acidentes que o Acre até os dias atuais lembra com muita triste, já que vitimou dezenas de famílias acreanas.
Socorro às vítimas
Depois que o Corpo de Bombeiros e as viaturas do Samu foram acionadas a população em geral que tinha camionete também resolveu ir para o local ajudar as equipes do Corpo de Bombeiros que não tinha suporte suficiente na época para garantir o atendimento para as proporções do acidente ocorrido.
Um dos casos mais comoventes foi do ex-prefeito de Cruzeiro do Sul, Ilderlei Cordeiro que ao saber que o seu pai deputado federal Idelfonso Cordeiro estava no avião, e por isso, estava a caminho do aeroporto para ir buscá-lo, teve a notícia que a aeronave havia caído nas proximidades da região e entrou no ramal que daria acesso ao local da tragédia.
“Procurei meu pai em todos os lugares e vi ele jogado na lama, eu abraçava e beija e não sabia o que fazer, o ramal só lama, eu gritava pelo meu pai. E quando o encontramos eu coloquei ele na camionete e levei para o Pronto Socorro. No caminho fiquei sabendo que minha mãe estava junto com meu pai. Foi uma tragédia na minha vida tudo aquilo. Perdi meus pais, o alicerce da nossa família. É um dia muito triste que eu paro, reflito e lembro de tudo que meu pai nos ensinou”, relatou Ilderlei Cordeiro.
Assista ao vídeo – Reportagem, Lenilda Cavalcante TV Rio Branco Canal 08