Além do risco de endividamento e de pagar juros que passam dos 300%, limite alto pode levar a perdas maiores em caso de roubo ou golpe
Tentar pedir para o banco para ampliar o limite do cartão de crédito pode ser uma tarefa um pouco trabalhosa, entre fazer a solicitação, enviar comprovantes de renda ou documentos que sejam solicitados e aguardar a eventual aprovação.
O oposto, porém, é bem rápido: não é incomum que os bancos ampliem o limite do cartão sem que o cliente seja consultado ou dê aprovação.
Ter um limite mais folgado é vantajoso para quem quer parcelar o valor de alguma compra extraordinária, como um eletrônico ou um eletrodoméstico, ou fazer uma viagem de férias, por exemplo.
Há muitas pessoas também que acabam usando o cartão para acumular os gastos do dia a dia e pagá-los todos de uma vez só ao fim do mês, como uma maneira de se organizar e também de acumular pontos, milhas ou vantagens que muitos oferecem.
Mas qualquer descuido em não pagar a fatura em dia vai acarretar na cobrança dos juros mais caros no mercado – as taxas médias cobradas no rotativo do cartão de crédito no país hoje estão em torno de 330% ao ano, de acordo com dados do Banco Central.
Isso significa que, em um ano, um valor que não tenha sido pago e nem renegociado vai mais do que quadruplicar.
Pagamentos atrasados e sem que nem o valor mínimo da fatura tenha sido coberto ficam sujeitos ainda à cobrança de multa e de IOF diário.
Como o custo dessa dívida é muito caro, especialistas recomendam organização e parcimônia tanto no uso do cartão de crédito em si, quanto no valor do limite que ele terá – inclusive por questões de segurança, já que, com a escalada de golpes e roubos de dados, um limite maior pode implicar em perdas maiores também.
“Mais crédito significa um potencial de consumo maior, mas os riscos são muitos. Vão desde o risco de endividamento até o de perder ou ter o cartão clonado e alguém se valer desse limite alto para fazer compras”, diz a economista Ione Amorim, coordenadora de serviços financeiros do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
“Se você não tem a necessidade de um limite maior, mantenha-o dentro do seu patamar de consumo. Limite de crédito não é complemento de renda. Seu limite não é o que o banco te dá, é aquela que a sua renda permite”. Ione Amorim, economista do Idec
Banco é obrigado a reduzir
Não existe regra, hoje, para a oferta voluntária pelo banco de um limite maior para o cartão de crédito de seus clientes, e é por isso que eles seguem usando esse expediente.
Amorim afirma, porém, que o banco é obrigado a reduzir o limite caso o cliente assim solicite. Algumas instituições até permitem que isso seja feito diretamente pelo usuário no aplicativo ou no internet banking.
No cheque especial, por exemplo, outra das opções mais caras e problemáticas de crédito, o Banco Central proibiu os bancos de aumentarem o limite sem consultar e sem a permissão do consumidor.
A proibição passou a valer em janeiro de 2020, junto a um conjunto de novas regras que o BC criou para a modalidade, visando, justamente, racionalizar seu uso e reduzir os juros. Os juros médios do cheque especial caíram de 250% ao ano, naquele mês, para 125% hoje.
Custo da dívida no cartão
Além de cair nos juros mais altos do mercado, o consumidor que deixa de pagar a fatura do cartão de crédito no dia do vencimento terá que arcar também com multa e cobrança diária de IOF, até que o valor seja quitado.
Tanto a multa quanto o IOF são evitados caso o cliente pague ao menos o valor mínimo exigido, que é de 15% do total da fatura. Isso também evita que ele seja considerado inadimplente e que possa ficar com o nome sujo, por exemplo.
O valor restante que não foi pago, porém, segue sujeito aos juros de mais de 300% ao ano.
“Se a pessoa tem uma dívida de R$ 1.000, e paga só o mínimo de 15%, R$ 150, vai sobrar um saldo remanescente de R$ 850”, diz Amorim, do Idec. “Com juros que são de cerca de 15% ao mês, em um mês esses R$ 850 já vão ser quase R$ 1.000 de novo, sem a pessoa ter feito compra nova nenhuma.”
Quem paga apenas o valor mínimo tem, ainda, a opção de negociar com o banco e parcelar o saldo restante a juros um pouco mais baixos – embora continuem sendo taxas bem salgadas.
A taxa média de juros para o parcelamento do cartão de crédito estão hoje em 164% ao ano, de acordo com o Banco Central. Já é metade da taxa do rotativo, mas ainda continua mais alta até do que a do cheque especial.
Uma opção para fugir do custo alto é tentar um empréstimo direto com o banco – pode ser o mesmo ou outro –, a juros um pouco menores, para quitar a fatura e trocar a dívida mais cara por outra um pouco mais barata.
“Mas tem que ter disciplina”, diz Amorim. “Só faz sentido trocar a dívida mais cara por um mais barata se for para parar de usar o cartão de crédito, ou então a pessoa só estará acumulando mais problema.”
O oposto, porém, é bem rápido: não é incomum que os bancos ampliem o limite do cartão sem que o cliente seja consultado ou dê aprovação.
Ter um limite mais folgado é vantajoso para quem quer parcelar o valor de alguma compra extraordinária, como um eletrônico ou um eletrodoméstico, ou fazer uma viagem de férias, por exemplo.
Há muitas pessoas também que acabam usando o cartão para acumular os gastos do dia a dia e pagá-los todos de uma vez só ao fim do mês, como uma maneira de se organizar e também de acumular pontos, milhas ou vantagens que muitos oferecem.
Mas qualquer descuido em não pagar a fatura em dia vai acarretar na cobrança dos juros mais caros no mercado – as taxas médias cobradas no rotativo do cartão de crédito no país hoje estão em torno de 330% ao ano, de acordo com dados do Banco Central.
Isso significa que, em um ano, um valor que não tenha sido pago e nem renegociado vai mais do que quadruplicar.
Pagamentos atrasados e sem que nem o valor mínimo da fatura tenha sido coberto ficam sujeitos ainda à cobrança de multa e de IOF diário.
Como o custo dessa dívida é muito caro, especialistas recomendam organização e parcimônia tanto no uso do cartão de crédito em si, quanto no valor do limite que ele terá – inclusive por questões de segurança, já que, com a escalada de golpes e roubos de dados, um limite maior pode implicar em perdas maiores também.
“Mais crédito significa um potencial de consumo maior, mas os riscos são muitos. Vão desde o risco de endividamento até o de perder ou ter o cartão clonado e alguém se valer desse limite alto para fazer compras”, diz a economista Ione Amorim, coordenadora de serviços financeiros do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
“Se você não tem a necessidade de um limite maior, mantenha-o dentro do seu patamar de consumo. Limite de crédito não é complemento de renda. Seu limite não é o que o banco te dá, é aquela que a sua renda permite”. Ione Amorim, economista do Idec
Banco é obrigado a reduzir
Não existe regra, hoje, para a oferta voluntária pelo banco de um limite maior para o cartão de crédito de seus clientes, e é por isso que eles seguem usando esse expediente.
Amorim afirma, porém, que o banco é obrigado a reduzir o limite caso o cliente assim solicite. Algumas instituições até permitem que isso seja feito diretamente pelo usuário no aplicativo ou no internet banking.
No cheque especial, por exemplo, outra das opções mais caras e problemáticas de crédito, o Banco Central proibiu os bancos de aumentarem o limite sem consultar e sem a permissão do consumidor.
A proibição passou a valer em janeiro de 2020, junto a um conjunto de novas regras que o BC criou para a modalidade, visando, justamente, racionalizar seu uso e reduzir os juros. Os juros médios do cheque especial caíram de 250% ao ano, naquele mês, para 125% hoje.
Custo da dívida no cartão
Além de cair nos juros mais altos do mercado, o consumidor que deixa de pagar a fatura do cartão de crédito no dia do vencimento terá que arcar também com multa e cobrança diária de IOF, até que o valor seja quitado.
Tanto a multa quanto o IOF são evitados caso o cliente pague ao menos o valor mínimo exigido, que é de 15% do total da fatura. Isso também evita que ele seja considerado inadimplente e que possa ficar com o nome sujo, por exemplo.
O valor restante que não foi pago, porém, segue sujeito aos juros de mais de 300% ao ano.
“Se a pessoa tem uma dívida de R$ 1.000, e paga só o mínimo de 15%, R$ 150, vai sobrar um saldo remanescente de R$ 850”, diz Amorim, do Idec. “Com juros que são de cerca de 15% ao mês, em um mês esses R$ 850 já vão ser quase R$ 1.000 de novo, sem a pessoa ter feito compra nova nenhuma.”
Quem paga apenas o valor mínimo tem, ainda, a opção de negociar com o banco e parcelar o saldo restante a juros um pouco mais baixos – embora continuem sendo taxas bem salgadas.
A taxa média de juros para o parcelamento do cartão de crédito estão hoje em 164% ao ano, de acordo com o Banco Central. Já é metade da taxa do rotativo, mas ainda continua mais alta até do que a do cheque especial.
Uma opção para fugir do custo alto é tentar um empréstimo direto com o banco – pode ser o mesmo ou outro –, a juros um pouco menores, para quitar a fatura e trocar a dívida mais cara por outra um pouco mais barata.
“Mas tem que ter disciplina”, diz Amorim. “Só faz sentido trocar a dívida mais cara por um mais barata se for para parar de usar o cartão de crédito, ou então a pessoa só estará acumulando mais problema.”