Vista pela última vez no dia 1º de agosto, Elisiane da Silva Alves, de 40 anos, foi encontrada morta na noite de quinta-feira (05), na vala da lavoura de uma fazenda de Chapadão do Sul, a 333 quilômetros de Campo Grande, no noroeste de Mato Grosso do Sul. O marido dela, José Edílson Ramo da Silva, foi preso por feminicídio e ocultação de cadáver, mas nega o crime.
Foi uma amiga de Elisiane quem avisou a polícia sobre o desaparecimento. Disse que ela havia sido vista pela última vez bebendo cerveja com o marido e que este estava falando versões diferentes sobre o sumiço da esposa.
Suspeitas
A Polícia Civil passou a investigar o caso e amigos a divulgar fotos da mulher nas redes sociais, procurando por ela. Os policiais verificaram que Edílson tinha passagens por violência doméstica contra ex-companheiras e havia relatos também de agressividade com Elisiane. Eles estranharam ainda o fato dele não ter comunicado o desaparecimento da esposa.
A polícia ouviu algumas pessoas para tentar localizar Elisiane, entre elas a irmã do mecânico. Essa contou que no dia 4, o irmão a havia procurado e “transtornado” disse que havia feito algo errado. “Mas não vou me entregar”, complementou.
Os policiais encontraram Edílson no momento em que ele saía da casa de um amigo, porém, ele correu, desobedeceu ordens de parada e tentou se esconder no imóvel. No entanto, foi levado para a delegacia de Polícia Civil e lá contou que estava bebendo com a esposa na casa do patrão, mas ela foi embora e não foi mais vista.
Questionado sobre não ter avisado a polícia do sumiço de Elisiane, disse que não fez porque a amiga já havia feito. Ele foi liberado, porém, fez ameaças à irmã e disse que “tinha culpa no que aconteceu”.
Corpo
Ele foi levado novamente à delegacia, dessa vez pela Polícia Militar (PM) devido à ameaça e lá disse que uma outra pessoa havia matado Elisiane a pauladas na rua e o obrigado a esconder o corpo.
Edílson então levou os policiais até o local onde havia escondido o corpo: uma vala rasa de escoamento de lavoura. O cadáver de Elisiane estava envolto com um cobertor, com as pernas encolhidas e quase de cabeça para baixo.
A polícia suspeita da versão apresentada pelo mecânico, pois o local em que ele disse que a esposa havia sido morta é de bastante movimento. Além disso, testemunhas falaram que Edílson e Elisiane ficaram bebendo sozinhos depois que todos foram embora. Depois, a mulher não foi mais vista.
Outro indício que leva ao envolvimento do mecânico é que o carro ficou sujo por alguns dias, o que era raro, tinha dano e pneu furado, o que indica que havia andado na área rural.
Diante de várias evidências, o mecânico foi preso por ocultação de cadáver e feminicídio.