Heliab caiu dentro do tacho de leite na quinta (26) no Ramal Zaquel Machado, zona rural de Capixaba, após se desequilibrar. O leite era preparado na lenha para fazer iogurte natural, de onde a família tira parte do sustento. Ele mora em um barraco improvisado montado na parte de trás de uma igreja.
É que a casa onde ele morava era muito velha e não oferecia segurança e a família deixou o lugar após ter a energia elétrica cortada.
Pede para voltar para casa
Ainda segundo a mãe, Heliab voltou a comer e a fazer xixi. Com a retirada dos sedativos, Gersilene contou que o filho conseguiu falar algumas palavras, meio grogue, e até pediu para voltar para casa.
“Ele está meio dormindo e acordado. Disse que não está doendo, que é devido à medicação que não deixa ele sentir dor. Só sente dor quando vai tomar banho e fazer o curativo. O tio dele falou: ‘meu filho, daqui a pouco tua avó e mãe vão vim aqui’. Aí ele começou a olhar para a porta e falou para a gente ir logo. Quando falamos no telefone ele disse que quer vir para casa”, falou.
Gersilene também está se recuperando de um procedimento médico. Ela passou por uma redução de mama na Fundação Hospitalar do Acre (Fundhacre) recentemente e não pode ficar com o filho no hospital. Além disso, ela afirmou que a família está sem estrutura para ficar com o menino nessas condições em casa.
“Não tem como levar ele para aquele lugar, está muito debilitado para levar para uma barraco. É um risco muito grande”, lamentou.
Após a divulgação da situação da família, pessoas de diversas partes do estado começaram a ajudar com doações de dinheiro, sacolões e outros tipos de assistência. Um primo do marido de Gersilene ofereceu a casa para a família se mudar para Rio Branco enquanto Heliab estiver internado.
A mudança para a capital, conforme a autônoma, na sexta (27), reduziu os gastos com transporte entre Capixaba e Rio Branco. É que os parentes do garoto tinham que se deslocar todos os dias do interior para ficar com ele no hospital
“Graças a Deus as pessoas têm se mobilizado e temos recebido ajuda. Estamos hospedados na casa de um primo do meu esposo, a mulher dele ofereceu para evitar muitos gastos mas, lógico, que temos que ajudar. Temos recebido doações de sacolões, nossas coisas ficaram no barraco. O dinheiro recebido estamos gastando com gasolina e estamos guardando também para investir na casa para terminar. Podemos usar na medicação também. Evitamos o máximo gastar”, concluiu.