Júri de assassino de Carla tem mãe confiante ‘em Deus e na Justiça’ e defesa diz sobre crime: ‘coisa horrível’

Marcos André Vilalba Carvalho é julgado nesta sexta-feira (13), em Campo Grande, por feminicídio, e diante dos jurados, decidiu ficar em silêncio. À polícia ele contou porque matou

É julgado nesta sexta-feira (13), em Campo Grande, Marcos André Vilalba Carvalho, assassino confesso da vizinha, Carla Santana Magalhães, de 25 anos, ocorrido pouco mais de um ano atrás, no bairro Tiradentes.


O acusado é julgado sob a ‘fé’ da mãe da vítima, ouvido técnico da defesa e atenção de jurados e demais pessoas que estão no plenário do Tribunal de Júri.


Marcos André responde por quatro crimes. São eles estupro, vilipêndio e ocultação de cadáver e, o mais grave deles, homicídio com quatro qualificadoras – motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio por razões de desprezo à condição de mulher da vítima.


Mãe de Carla, vítima de feminicídio em Campo Grande, fala sobre 'ansiedade' e confiança
Mãe de Carla, vítima de feminicídio em Campo Grande, fala sobre ‘ansiedade’ e confiança

O réu quis ficar em silêncio durante o julgamento, o que é direito dele previsto em lei, e assistir em sala separada, sob escolta policial. No entanto, à polícia havia confessado ter matado a vizinha e dito os motivos. (veja baixo trechos dos principais relatos dele)


  • “Uma vez eu tentei cumprimentar ela, tava sujo do serviço, ela olhou assim pra mim, e foi embora, nem tchun pra nada”.
  • “Meu deu uma raiva, né. Ela é pobre igual eu…”
  • “Na hora eu fiquei com raiva sim e falei: um dia ela vai pagar por que ela tá fazendo isso comigo.”

E um dos motivos alegados pelo réu para o crime, a ausência de um cumprimento, está estampado na camiseta que a família de Carla mandou fazer para uma manifestação em frente ao Fórum. No plenário do júri não é permitido entrar com roupas em alusão ao crime e por isso a mãe da jovem trocou a blusa.


Nas costas da camiseta está escrito: ‘Eu não responder ao seu bom dia não te dá o direito de me matar”. Dona Evanir Santana Magalhães , mãe de Carla, justifica. “Foi o que ele [assassino] fez. Foi o que ele falou. Que ele matou ela porque ela não deu bom dia para ele”.


Sobre o julgamento, Evanir afirma: “Estou ansiosa. Mas, primeiramente confiante em Deus. Segundamente na justiça que está sendo feita”.


Irmão de Carla, Diego Santana Rafael também está confiante que Marcos Carvalho seja condenado à pena máxima. “Estamos confiando na justiça da terra também. Que ela possa ser feita. Que ele [o réu] seja condenado por todas as qualificadoras que a gente está pedindo”.


O advogado Sebastião Francisco do Santos Júnior, que defende Marcos Carvalho, classificou como “coisa horrível” o crime confessado à polícia pelo cliente dele, fala em problema mental e pede condições para cumprimento da possível pena.


“O que eu quero dizer é que ele é réu confesso. É uma pessoa que deu detalhes do que ele fez. e com certeza não pode ficar em liberdade. Mas o que eu quero frisar é que o nosso sistema tem que ter condições de lidar com a situação específica para que isso não aconteça […] A gente não está defendendo que ele é inocente. Ele cometeu uma coisa horrível. Como vou tratar uma pessoa que fez uma coisa horrível? […] Se o estado está faltando, a gente tem que exigir do estado que ele trate as pessoas da maneira correta”.


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