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Com efeito de queimadas, maioria das cidades do Acre está com qualidade do ar abaixo do ideal

Com efeito dos altos índices de queimadas no Acre, mais de 1,8 mil no acumulado deste ano, a maioria das cidades do estado já está com a qualidade do ar abaixo do ideal, segundo dados do relatório da sala de situação de monitoramento hidrometeorológico do Acre, divulgados nessa segunda-feira (16).


Conforme a Organização Mundial de Saúde, o limite para o período de 24 horas é de 25 microgramas de material particulado no ar. Sendo que das 22 cidades acreanas, 11 estavam o nível de material acima desta média utras duas não tiveram leitura. Xapuri foi a que teve maior índice, ao chegar a média de 61 µg/m³. Número é mais que o dobro do limite ideal.


As cidades de Tarauacá e Marechal Thaumaturgo aparecem em segundo lugar com os maiores registros com 47 µg/m³ os dois. Capixaba teve menor poluição com 2 µg/m³.


Veja situação municípios:

  • Acrelândia: 21
  • Assis Brasil: Sem registro
  • Brasiléia:24
  • Bujari: 20
  • Capixaba: 2
  • Cruzeiro do Sul: 28
  • Epitaciolândia: 23
  • Feijó: 34
  • Jordão: 38
  • Mâncio Lima: 22
  • Manoel Urbano: 31
  • Marechal Thaumaturgo: 47
  • Plácido de Castro: 34
  • Porto Acre: 28
  • Porto Walter: 44
  • Rio Branco: 24
  • Rodrigues Alves: 36
  • Santa Rosa do Purus: 21
  • Sena Madureira: Sem registro
  • Senador Guiomard: 19
  • Tarauacá: 47
  • Xapuri: 61

A engenheira agrônoma, mestre em produção vegetal e pesquisadora Sonaira da Silva, em entrevista à Rede Amazônica, diz que a situação é um problema principalmente em relação a doenças respiratórias.


“Causa problemas muito sérios e de longo prazo, principalmente, nas nossas crianças e nos nossos idosos. Nesse período de pandemia que ainda não acabou, ter pessoas nos hospitais é maior risco de contaminação por outras doenças. Então, o apelo que a gente faz é que reduzam as queimadas, que esperem chuva para quem precisa queimar, queime com segurança”, afirma a pesquisadora.


Qualidade do ar ideal é de 25 microgramas por metro cúbicos  — Foto: Tácita Muniz/G1 AC

Qualidade do ar ideal é de 25 microgramas por metro cúbicos — Foto: Tácita Muniz/G1 AC


Dados ruins

Desde 2019, a partir de uma iniciativa do Ministério Público, foram instalados 33 sensores para monitorar a qualidade do ar em todos os municípios do estado e cada 80 segundos é dada uma medida.


“Se for maior que esse limite [de 25 µg/m³], não é só ruim para pessoas que são sensíveis, com problemas de saúde, respiratórios normalmente, mas a população em geral já começa a ter problemas respiratórios”, acrescenta.


A pesquisadora explica que esse limite de 25 microgramas de material particulado, são particulados menores que um fio de cabelo que as queimadas liberam e ficam em suspensão no ar e que dá esse efeito cinzento no ambiente.


“A partir disso a gente começa a observar que o Acre, em todos os anos que a gente monitorou, todos eles têm problemas com a qualidade do ar e nesse parece estar bem mais complicado”, pontua.


Sonaira disse ainda que boa parte dessa fumaça é produzida no Acre, mas que também é fruto de queimadas em outras regiões.


“Estamos produzindo muita queimada, mas também tem uma grande contribuição de fumaça vinda de fora porque ela realmente se movimenta com o vento e geralmente não fica só onde ocorreu a queimada e tem muita fumaça vinda do Sul do Amazonas, Pará e Mato Grosso, mas sempre friso que estamos produzindo muito”, conclui.


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