O caso em questão descreve uma mulher indiana que chorava lágrimas de sangue sempre que menstruava
A expressão “lágrimas de sangue” quer dizer lamentar por algo que já não pode ser mudado, mas neste caso médico publicado no BMJ Case Reports, o desfecho pôde, sim, ser modificado.
O caso em questão descreve uma mulher indiana que chorava lágrimas de sangue sempre que menstruava. A produção de lágrimas que contêm sangue, conhecida como hemolacria, é um sintoma chocante, mas geralmente inofensivo.
Pode ser causado por lesões oculares, canais lacrimais bloqueados ou sangramento no nariz ou seios da face.
A hemolacria também pode ser um sintoma de problemas de saúde subjacentes, como melanoma na conjuntiva, um tumor no aparelho lacrimal (que produz lágrimas), conjuntivite bacteriana, hipertensão e distúrbios do sangue, como hemofilia.
No entanto, esse sangramento incomum também pode ser desencadeado por alterações hormonais e menstruação, de forma semelhante à endometriose.
Neste relato de caso, uma mulher de 25 anos entrou em pronto-socorro em Chandigarh, Índia, chorando lágrimas vermelhas.
Era a segunda vez que ela tinha esse sintoma, com o primeiro episódio ocorrendo um mês antes —ambos os casos ocorreram no período em que ela esteve menstruada.
Uma série de testes foi realizada para descobrir a causa raiz de seus olhos sangrando, mas todos os resultados estavam normais.
Não havia lesões nos olhos, nenhum histórico familiar dessa condição e nenhum inchaço ou vasos sanguíneos congestionados na conjuntiva.
As avaliações ginecológica e de ouvido, nariz e garganta deram normais, e ela estava hemodinamicamente estável com pressão normal dentro dos olhos.
Não houve sangramento em nenhum outro local, o teste de fragilidade capilar deu negativo e os níveis dos fatores envolvidos na coagulação do sangue eram normais.
Um esfregaço da conjuntiva (membrana mucosa que reveste a parte posterior da pálpebra) também resultou normal e o sangue do olho não continha células anormais.
Excluindo todas as outras causas para as lágrimas de sangue, os médicos diagnosticaram a paciente com menstruação vicária, definida como “sangramento cíclico em órgãos extrauterinos durante a menstruação”.
Embora raros, casos de menstruação vicária já foram documentados na literatura médica. Em novembro de 1913, um médico em Roswell, Novo México, relatou uma mulher com uma úlcera em cada perna, sangrando muito e tornando-se especialmente grande durante seus períodos menstruais. No entanto, o relatório afirmou que “ela ficou grávida, teve pequenos problemas durante a gravidez, deu à luz uma criança saudável e, desde então, tem estado totalmente normal”.
Em abril de 2014, outro relato de caso médico descreveu um caso semelhante, em que uma mulher americana também apresentava sangramento nos olhos, coincidindo com seu ciclo menstrual.
Depois de lidar com as “lágrimas de sangue” por um ano, o tratamento com pílulas anticoncepcionais orais levou à “melhora clínica acentuada”.
“A menstruação vicária é considerada uma resposta da vasculatura aos hormônios na presença ou ausência de tecido endometrial em locais extrauterinos, embora sua fisiopatologia exata não seja muito clara”, escrevem os autores do recente relato de caso. “Estrogênio e progesterona podem aumentar a permeabilidade dos capilares, resultando em hiperemia, congestão e sangramento secundário do tecido extrauterino.”
Felizmente para a paciente desse caso, o tratamento hormonal com anticoncepcionais foi bem-sucedido. Foi-lhe prescrita uma combinação de pílulas anticoncepcionais orais de estrogênio-progesterona e, durante o período de acompanhamento de três meses, o sangramento parou.
O caso em questão descreve uma mulher indiana que chorava lágrimas de sangue sempre que menstruava. A produção de lágrimas que contêm sangue, conhecida como hemolacria, é um sintoma chocante, mas geralmente inofensivo.
Pode ser causado por lesões oculares, canais lacrimais bloqueados ou sangramento no nariz ou seios da face.
A hemolacria também pode ser um sintoma de problemas de saúde subjacentes, como melanoma na conjuntiva, um tumor no aparelho lacrimal (que produz lágrimas), conjuntivite bacteriana, hipertensão e distúrbios do sangue, como hemofilia.
No entanto, esse sangramento incomum também pode ser desencadeado por alterações hormonais e menstruação, de forma semelhante à endometriose.
Neste relato de caso, uma mulher de 25 anos entrou em pronto-socorro em Chandigarh, Índia, chorando lágrimas vermelhas.
Era a segunda vez que ela tinha esse sintoma, com o primeiro episódio ocorrendo um mês antes —ambos os casos ocorreram no período em que ela esteve menstruada.
Uma série de testes foi realizada para descobrir a causa raiz de seus olhos sangrando, mas todos os resultados estavam normais.
Não havia lesões nos olhos, nenhum histórico familiar dessa condição e nenhum inchaço ou vasos sanguíneos congestionados na conjuntiva.
As avaliações ginecológica e de ouvido, nariz e garganta deram normais, e ela estava hemodinamicamente estável com pressão normal dentro dos olhos.
Não houve sangramento em nenhum outro local, o teste de fragilidade capilar deu negativo e os níveis dos fatores envolvidos na coagulação do sangue eram normais.
Um esfregaço da conjuntiva (membrana mucosa que reveste a parte posterior da pálpebra) também resultou normal e o sangue do olho não continha células anormais.
Excluindo todas as outras causas para as lágrimas de sangue, os médicos diagnosticaram a paciente com menstruação vicária, definida como “sangramento cíclico em órgãos extrauterinos durante a menstruação”.
Embora raros, casos de menstruação vicária já foram documentados na literatura médica. Em novembro de 1913, um médico em Roswell, Novo México, relatou uma mulher com uma úlcera em cada perna, sangrando muito e tornando-se especialmente grande durante seus períodos menstruais. No entanto, o relatório afirmou que “ela ficou grávida, teve pequenos problemas durante a gravidez, deu à luz uma criança saudável e, desde então, tem estado totalmente normal”.
Em abril de 2014, outro relato de caso médico descreveu um caso semelhante, em que uma mulher americana também apresentava sangramento nos olhos, coincidindo com seu ciclo menstrual.
Depois de lidar com as “lágrimas de sangue” por um ano, o tratamento com pílulas anticoncepcionais orais levou à “melhora clínica acentuada”.
“A menstruação vicária é considerada uma resposta da vasculatura aos hormônios na presença ou ausência de tecido endometrial em locais extrauterinos, embora sua fisiopatologia exata não seja muito clara”, escrevem os autores do recente relato de caso. “Estrogênio e progesterona podem aumentar a permeabilidade dos capilares, resultando em hiperemia, congestão e sangramento secundário do tecido extrauterino.”
Felizmente para a paciente desse caso, o tratamento hormonal com anticoncepcionais foi bem-sucedido. Foi-lhe prescrita uma combinação de pílulas anticoncepcionais orais de estrogênio-progesterona e, durante o período de acompanhamento de três meses, o sangramento parou.