Familiares do menino Gabriel Lima dos Santos, de 12 anos, denunciam que o corpo da criança foi encontrado com marcas de tiros nessa quarta-feira (28).
Ele desapareceu no distrito de Cacau Pirêra, em Iranduba (AM), na terça-feira (27), durante uma ação policial que resultou na prisão de um homem.
Vizinhos e familiares afirmaram à Rede Amazônica que os policiais entraram atirando na casa do menino, e ele caiu no rio durante a ação. Por meio de nota, a Polícia Civil informou que o objetivo da ação era prender indivíduos envolvidos em crimes praticados na localidade.
O secretário de Segurança, Coronel Louismar Bonates, determinou à Corregedoria Geral do Sistema de Segurança a abertura de procedimento para investigar o caso.
O tio do menino, Paulo Henrique Lima, de 27 anos, contou ao G1 que o corpo dele estava com cerca de cinco marcas de tiros, que o atingiram no peito, pernas e costa.
Ainda de acordo com ele, a família já buscou a polícia no intuito de encontrar os responsáveis pela morte de Gabriel, mas não teve sucesso. Eles pedem por “Justiça” e que os responsáveis sejam responsabilizados.
Após o ocorrido, vizinhos da família lamentaram a morte do menino. “Todo mundo conhece ele, ele é uma boa criança, jogador de futebol. Ele não fazia mal a ninguém”, disse a dona de casa Edileuza Pereira da Silva, vizinha da família.
Família denuncia abordagem policial
Ainda de acordo com o tio de Gabriel, a família almoçava na casa onde moram, por volta de meio-dia, quando os policiais chegaram. Eles disseram que havia drogas, armas e que iam prender um foragido, que seria o pai de Gabriel.
“Eles disseram que tinha um foragido dentro da casa, que era o marido da minha irmã, mas ele não é foragido. Eles chegaram invadindo a casa, atirando. Mataram uma cadela deles. Ele e o padrasto dele caíram na água. Os policiais sem pena e sem dó continuaram atirando”, contou Paulo.
Lima contou que os policiais prenderam o padrasto de Gabriel e o jovem desapareceu no rio. Segundo a família, os policiais colocaram o homem preso em uma viatura e o levaram sem prestar ajuda aos familiares para buscar o menino.
“Colocaram uma arma com ele, disseram que era dele, mas nem arma ele tinha. É trabalhador, vendedor de banana, nunca foi para delegacia. Nós chamamos os bombeiros e a delegacia só apareceu depois que os bombeiros chegaram perguntando o que tinha acontecido. Dissemos que tinha sido os policiais e disseram que não tinham conhecimento”, disse o tio de Gabriel.
Por meio de nota, a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) informou que a ação teve o objetivo de prender indivíduos envolvidos em crimes praticados na localidade.
“Durante a ação, houve troca de tiros entre a polícia e os indivíduos, e um homem, de identidade e idade ainda não revelados, foi preso em flagrante com uma arma de fogo”, informou a nota.
Segundo a PC, o caso está sendo investigado e mais informações serão repassadas assim que possível.