O principal porto de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, já opera com uma rampa de acesso improvisada após o desbarrancamento que ocorreu em abril com a seca do Rio Juruá. A erosão ameaça ainda derrubar os galpões do porto, localizado no bairro Remanso.
O Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuária do Acre (Deracre) confirmou que máquinas pesadas construíram uma rampa de barro mesmo e esta sendo usada pelos moradores desde junho.
Um dos galpões já foi demolido pelo Corpo de Bombeiros e o Deracre aguarda a demolição do segundo. Enquanto isso, o órgão diz que trabalha para melhorar a rampa improvisada para a população.
“Vamos receber um recurso para fazer uma parte de desembarque do pessoal, vamos melhorar essa [rampa] que está aí. Estamos derrubando os dois galpões, vamos melhorar lá e daqui uns 20 dias vai estar outro cenário”, contou o gerente do Deracre no município, Luciano Oliveira.
Porto de Cruzeiro do Sul segue sem rampa de acesso — Foto: Glédisson Albano/Rede Amazônica Acre
Desbarrancamento
Com a vazante do Rio Juruá em abril, os prejuízos causados pela alagação começaram a surgir em Cruzeiro do Sul. Uma erosão ameaçava derrubar os galpões e levou a rampa de acesso do porto.
No dia 12 de maio, professores da Escola Visconde do Rio Branco, da Comunidade Olivença, zona rural da cidade, precisaram ‘escalar’ o barranco para chegar à rua. O grupo voltava de um planejamento no colégio quando começou a chover.
Para mostrar a situação, o professor Samuel Melo gravou um vídeo mostrando os colegas tentando subir o barranco.
“Essa é a realidade dos professores da [escola] Visconde. Saímos da escola e quando chegamos ao porto para subir e ir para casa foi nessa situação. Ainda falam que a gente não está fazendo nada, está só brincando em casa, que não está trabalhando, mas essa é a realidade que estamos vivendo. Olha só a dificuldade para subir o porto do governo”, criticou na época.