O Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgou um ranking no qual constatou um aumento no número de mortes por intervenção policial no Acre em 2020. Estado acreano está entre os 10 com maiores taxas do país com 3 mortes a cada 100 mil habitantes.
O anuário tem dados de segurança pública relativos ao ano de 2020 dos 26 estados e Distrito Federal. As informações são com base em dados fornecidos pelas secretarias de segurança pública estaduais, pelas polícias civis, militares e federal dos casos que foram registrados pelas autoridades policiais. Números são de mortes provocadas por homicídios, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e as mortes cometidas pela polícia.
Os dados apontam que em 2020, em números absolutos, foram registradas 27 mortes por policiais civis e militares, por agentes de folga ou em serviço, contra 23 do ano de 2019, o que reflete uma variação de 15,7%, segundo o balanço, divulgado na última semana.
Esse aumento fez com que o estado se mantivesse igual à media nacional, porém, figura entre os 10 com as maiores taxas, ficando atrás apenas do: Amapá (13); Goiás (8,9); Sergipe (8,5); Bahia (7,6); Rio de Janeiro (7,2); Pará (5,8); Rio Grande do Norte (4,1); Mato Grosso (3,7); Paraná (3,2) e Acre (3,0).
Destes números registrados, duas mortes foram registradas por policiais civis e outras 25 por policiais militares. Um dos casos acompanhados pelo G1 foi uma perseguição policial que acabou com um suspeito morto no bairro Novo Calafate, em Rio Branco, em março do ano passado. Thiago Barbosa Urbano, de 24 anos, morreu após trocar tiros com a Polícia Militar do Acre (PM-AC).
Em junho deste ano, Wivile Ferreira, de 22 anos, morreu no Pronto-Socorro de Rio Branco após ser baleado. Nas imagens, é possível ver que o policial à paisana está perseguindo o assaltante, quando ele aborda e entra no carro de Vieira. Em seguida, o policial atira contra o criminoso, que é baleado duas vezes.
Outros dados
Com o número total de 17 vítimas, a capital acreana, Rio Branco, aparece entre os 50 municípios brasileiros com maiores taxas de mortes por intervenção policial, com taxa de 4,1 por cada 100 mil habitantes.
No país, foram 6.416 mortos, que revela que o Brasil teve em 2020 o maior número de pessoas mortas pela polícia de toda a série histórica do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que coleta os dados desde 2013.
O que diz a segurança
O secretário de Segurança Pública, Paulo César Santos, reconheceu o aumento dos números e disse que a secretaria investiu em capacitação para que houvesse uma redução. Ele disse que este ano teve redução no primeiro semestre, se comparado com o mesmo período do ano passado.
“Realmente o número foi elevado. Mas, se você perceber, no ano passado, de 1° de janeiro a 15 de julho, foram 16 mortes provocadas por agentes policiais e três neste ano. Então, fizemos um trabalho porque percebemos que realmente o índice de letalidade estava elevado”, disse.
O secretário afirmou que acredita que os cursos feitos em todo estado com capacitação vai trazer reflexos positivos e redução das intervenções policiais com resultado de morte.
“Nessa capacitação continuada, o policial trabalha a questão da verbalização, principalmente o de uso progressivo da força através de curso operações integradas que todos os policiais estão fazendo na capital e no interior impacta para uma redução”, disse.