O Corpo de Bombeiros do Acre já contabiliza 460 queimadas em área de vegetação de Rio Branco até essa terça-feira (20). Os dados são de ocorrências atendidas na Primeira e Segunda regionais e geradas pelo telefone 193. O número é 109% maior do que o total de incêndios atendidos em todo o mês de junho, que foi 220.
Entre a terça e esta quarta (21), foram geradas 42 ocorrências de incêndios florestais apenas na capital acreana.
“Temos viatura de incêndio e salvamento com mil litros de água. Estamos reforçando diariamente nossas guarnições porque esse número está em crescente e temos que reforçar para deixar a população de Rio Brando guarnecida”, destacou o assessor de comunicação do Corpo de Bombeiros do Acre, tenente Felipe Santiago.
Dados da Secretaria de Meio Ambiente de Rio Branco (Semeia) revelam que entre janeiro e o mês de junho foram registrados 1,3 mil focos de incêndio na capital. A pasta tem fiscalizado, acompanhado e georreferenciado 20 lugares onde há casos de reincidência de queimadas.
Incêndios
O tenente Felipe Santiago acrescentou ainda que as áreas mais problemáticas estão na Regional do Segundo Distrito da capital acreana, onde ficam parte das rodovias federais e estaduais. São nesses locais também que estão o maior número de fazendas.
“Os agricultores optam por limpar o pasto utilizando para eles uma forma mais econômica, que é justamente a queima controlada, e isso causa uma poluição muito grande. Essa queima, a partir do momento em que se torna descontrolada, eles acionam o Corpo de Bombeiros para conter o incêndio na vegetação”, frisou.
Além dos incêndios florestais, o Corpo de Bombeiros do Acre destacou também os incêndios nas áreas urbanas, geralmente provados por pessoas que queimam lixo ou limpam quintais. Os bombeiros explicam que geralmente o morador acha que vai conseguir controlar o fogo, mas perde o controle e as chamas podem invadir até as casas da rua.
“Essas situações são bastante comuns nesse período do ano quando as pessoas resolvem colocar fogo no fundo do quintal e finda que esse incêndio, que seria controlado, se torna incontrolável causando riscos às residências próximas, começa queimando as cercas, chegando próximo, muitas vezes, de queimar as próprias casas”, falou.
Fiscalização
O Secretário de Meio Ambiente de Rio Branco, Normando Sales, contou que a pasta ainda não conseguiu identificar os proprietários dos 20 terrenos com registro de reincidência de queimadas. Ele recordou que em alguns casos, a exemplo de um registro em um loteamento habitacional no bairro Floresta Sul, que foi preciso uma força-tarefa dos bombeiros, homens da Defesa Civil e moradores para impedir que o fogo entrasse nas casas.
“A Semeia tem autuado de todas as formas, fazemos, inclusive, o monitoramento das redes sociais. Boa parte, nos últimos dias, dos focos de calor que têm ocorrido, claro que quando há o foco de calor identifica-se que há realmente o fogo, e pela própria rede social podemos monitorar, pegar a localização e temos a fiscalização permanente”, pontuou.
Ainda conforme Sales, o morador só é multado quando é comprovada a reincidência da infração. A multa varia de R$ 1 mil a R$ 10 mil. No primeiro momento, ele recebe uma notificação de advertência.
“Quando há reincidência não tem como não multar, porque a pessoa já foi notificada, temos esses registros e novamente tem o incêndio no mesmo endereço, não temos outra alternativa se não multar. Essa é a parte que mais dói no ser humano, que é bolso”, concluiu.