Ex-atendente que ficou com defeito na sobrancelha após micropigmentação é indenizada por danos morais no Acre

Uma ex-atendente de supermercado de Xapuri, interior do Acre, ganhou na Justiça R$ 2 mil de danos morais por causa de um procedimento de micropigmentação malsucedido feito em 2018. O procedimento deixou a mulher com uma sobrancelha maior que a outra.


Devido ao defeito, a mulher era constantemente abordada por conhecidos e clientes do supermercado que falavam que a maquiagem feita na sobrancelha tinha saído errado, que estava torta e outros comentários. O constrangimento fez com que a ex-atendente pedisse demissão do emprego.


Ela entrou na Justiça, ganhou a causa em primeira instância, mas a profissional responsável pelo procedimento recorreu da sentença. A 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais avaliou o recurso e decidiu manter a condenação.


A reportagem tentou contato com os dois advogados da profissional citados no processo, mas não obteve retorno.


Baixa autoestima

Ao G1, o advogado Marcos Maia Pereira, que representa a ex-atendente, disse que a cliente passou a se sentir feia e com a autoestima baixa devido os comentários e constrangimento sofrido com o defeito. É que as pessoas achavam que o defeito tinha sido causado pela maquiagem malfeita.


“Na época trabalhava como atendente, mas devido essa situação e o constrangimento porque as pessoas chegavam e falavam, e lá é um município pequeno, e diziam: ‘olha, você fez tua maquiagem errada. Ficou um defeito na sobrancelha’. Por conta disso saiu do trabalho, ficou trabalhando em casa e depois montou um negócio próprio”, recordou.


O advogado contou também que a cliente pagou R$ 400 por três sessões do procedimento estético. Após perceber que uma sobrancelha estava ficando diferente da outra, a cliente falou com a profissional, cancelou o procedimento e pediu o dinheiro de volta.


Ela teria passado dois anos tentando ser reembolsada, mas, segundo a defesa, a profissional ficou enrolando a mulher e não devolveu o dinheiro.


“Ela ficava dizendo que ia ressarcir, que iria devolver. Minha cliente pediu que ela pagasse a remoção, mas ficou nisso por dois anos. Ela ainda falava que na próxima sessão ia corrigir. Minha cliente ainda voltou lá umas duas vezes de táxi, pediu para arrumar e nada”, relatou.


Pereira falou ainda que a sentença ainda cabe embargos de recursos. A Justiça determinou ainda que sejam devolvidos os R$ 400 pagos pelo procedimento.


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