CPI da COVID: após ser preso, Roberto Dias paga fiança de R$ 1.100 e é liberado

O ex-diretor deixou a sede da Polícia Legislativa do Senado Federal por volta das 23h10. A informação foi divulgada pela GloboNews

Depois de receber voz de prisão do senador Omar Aziz na CPI da COVID e ser detido pela polícia legislativa, o ex-diretor do Ministério da Saúde pagou fiança de R$ 1.100 e responderá o processo em liberdade.


Roberto Dias deixou a sede da Polícia Legislativa do Senado Federal, por volta das 23h10, acompanhado pela advogada em um carro preto. Ele permaneceu no local por cerca de cinco horas.


Durante a tarde, o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), senador Omar Aziz (PSD-AM), deu voz de prisão ao ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias. “Chame a polícia do Senado. O senhor está detido pela presidência da CPI”, afirmou Aziz.


Durante o depoimento, Aziz acusou Roberto Dias de ter mentido e ter omitido informações à comissão.


Em seguida, a advogada de Roberto Dias começou a gritar e pedir ordem. Segundo ela, a prisão foi feita por “coação” e é “absurdo”.


“Ele fez contribuições valiosíssimas”, disse.


“Não aceito que a CPI vire chacota. Temos 527 mil mortes e os caras brincando de negociar vacina?”, diz Omar Aziz ao manter a prisão de Roberto Dias. “Ele está preso por perjúrio”, diz o presidente da CPI.


“Ele vai estar detido agora pelo Brasil, pelas vítimas sequeladas. Ele está preso e, se eu estiver errado, posso ser processado. Ele que recorra na Justiça, mas ele está preso e a sessão está encerrada. Podem levar!”, disse o presidente ao finalizar a sessão.


O dia da CPI
O ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias prestou depoimento, nesta quarta-feira (7/7), à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, instalada pelo Senado. Os parlamentares o questionaram sobre a suspeita de que ele teria pedido propina para autorizar a compra da vacina AstraZeneca pelo governo federal.


A denúncia foi feita pelo policial militar Luiz Paulo Dominguetti, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply, com sede nos Estados Unidos. Em depoimento à CPI, ele afirmou ter recebido um pedido de propina para a compra de 400 milhões de doses do imunizante. Segundo Dominguetti, o ex-diretor de Logística teria cobrado US$ 1 por dose.


Roberto Dias assumiu o cargo público em 28 de janeiro de 2019. Sua nomeação foi assinada pelo então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.


Em outubro do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegou a indicar Dias para compor a diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ele foi exonerado da pasta logo depois das acusações de propina.


Os requerimentos para a convocação foram apresentados pelos senadores Humberto Costa (PT-PE) e Otto Alencar (PSD-BA). Nos pedidos, os parlamentares buscavam esclarecer também o suposto envolvimento do ex-diretor em irregularidades também na compra do imunizante indiano Covaxin.


A CPI da COVID apura possíveis ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia do coronavírus e repasses de verbas a estados e municípios. A comissão foi instalada em 27 de abril deste ano.


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