A substância é a mesma encontrada em garrafas da cerveja Belorizontina, da Backer, no início de 2020, e que levou a morte de 10 pessoas.
Filho procurou a polícia
Rosineide Dorneles Mendes Oliveiras e Willis Penna de Oliveira foram internados depois de passarem mal em fevereiro deste ano. A mulher morreu no dia 15 de fevereiro e Willis morreu um mês depois, no dia 16 de março.
A suspeita de que a intoxicação foi causada pelo óleo de abóbora foi levantada pelo filho deles, que procurou a polícia. O produto, que prometia melhora na saúde, foi comprado pela internet.
![Suposto óleo de semente de abóbora era vendido pela internet — Foto: Divulgação/Polícia Civil](https://i2.wp.com/s2.glbimg.com/PqhzSfxhXzytLj90_8SVkA3HeVU=/0x0:1197x589/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2021/F/a/sfdBEGQL6zsFDbMvOFdA/whatsapp-image-2021-07-06-at-10.51.29.jpeg?w=696&ssl=1)
Suposto óleo de semente de abóbora era vendido pela internet — Foto: Divulgação/Polícia Civil
Segundo o filho, que não ingeriu o óleo, os pais já tinham passado mal duas outras vezes desde que começaram a usar o produto. Na terceira vez, eles foram internados.
Investigação
A partir da informação, o delegado do 12º Distrito Policial da Serra, Rodrigo Rosa, explicou que começou uma investigação sobre o produto.
No site em que era feita a venda, o anunciante dizia que o óleo era puro, orgânico, ajudava a controlar o colesterol e melhorava o sistema cardiovascular, segundo a polícia.
Em uma operação conjunta com a Polícia Civil de São Paulo foram feitas buscas no final de maio na sede da empresa, em São Bernardo do Campo, e o responsável foi preso. O nome do homem não foi divulgado.
![Polícia encontrou produtos armazenados ao lado de vaso sanitário na sede da empresa que produzia o óleo — Foto: Divulgação/Polícia Civil](https://i0.wp.com/s2.glbimg.com/jxb-SnKKduV9tzv8Hf20Vt1b3hk=/14x151:769x809/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2021/E/q/RSRqieRKaoYMmQ6Z3VUw/whatsapp-image-2021-07-06-at-10.51.24.jpeg?resize=647%2C565&ssl=1)
“Fizemos um laudo preliminar e constatamos que não era óleo de semente de abóbora. Em buscas na sede da empresa desse suspeito, o que encontramos foi um local improvisado, com produtos armazenados, inclusive, ao lado de um vaso sanitário. Ele usava óleo de girassol com corantes e saborizantes”, disse o delegado.
“Compramos um óleo da mesma semente de boa procedência e comparamos os produtos. O produto continha glicerina e dietilenoglicol em quantidade 130 vezes superior ao que pode ser ingerido por via oral. Os óleos vegetais têm a presença de ácidos graxos, mas esse produto em si não tinha. Após a análise constatamos que ali não tinha nada a ver com nenhum óleo natural vegetal, nada”, disse.
Dietilenoglicol
De acordo com a perita criminal que fez a análise do produto, Daniela de Paula, o conteúdo do frasco ingerido pelo casal não era óleo vegetal e a substância continha dietilenoglicol, solvente tóxico usado em processos industriais.
Ela explicou como foi a descoberta e a quantidade encontrada no material.