Após assalto que teve um morto e 2 servidores feridos, escola suspende atendimento presencial no AC

Dois dias depois do assalto, que deixou dois servidores feridos e um dos assaltantes mortos, a direção das Escola Estadual Lourival Sombra, em Rio Branco, suspendeu o atendimento presencial na instituição, segundo informou a coordenadora Gleicy Ribeiro nesta segunda-feira (19).


“A equipe da escola está toda apreensiva, está com medo. Principalmente as pessoas que estavam aqui presentes na sexta-feira (16), que participaram do que aconteceu. No momento, a gente suspendeu o atendimento presencial na escola. Vamos continuar nossos trabalhos de maneira totalmente remota, de casa. O atendimento ao público aos pais está suspenso até a gente conseguir organizar novamente a nossa escola”, informou.


O assalto ocorreu na sexta, na escola que fica no Conjunto Tangará, em Rio Branco. Segundo a polícia, o criminoso invadiu o prédio, rendeu os servidores e foi morto a tiros por um secretário, que não teve o nome divulgado, e que também ficou ferido na ação.


O servidor passou por uma cirurgia na mão, porque estava com um sangramento intenso nessa região. Ele teve o pulmão e pescoço atingidos, mas o quadro dele é estável e está consciente, segundo informou a direção do Pronto-socorro nesta segunda. O paciente continua na enfermaria cirúrgica com um dreno de tórax e vai passar mais alguns dias com o dreno para então receber alta médica.


Já a coordenadora http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistrativa da escola, de 50 anos, que também ficou ferida na ação criminosa, recebeu alta do hospital ainda nessa sexta. Segundo a SEE, ela está bem e foi dada toda assistência, inclusive com a compra de medicamentos.


Com relação ao fato de o secretário estar armado dentro da escola, a SEE informou ao G1que a prioridade no momento é o acompanhamento do estado de saúde dos servidores, mas confirmou que o secretário tinha porte de arma. No entanto, afirmou que essas outras questões devem ser analisadas ao longo da semana.


O G1 também tentou ouvir a Polícia Civil sobre a investigação, mas não obteve retorno até esta publicação.


Medo

Com o episódio ainda recente, o sentimento dos servidores é de medo. A coordenadora da escola disse que eles estão em conversa com a secretaria de educação sobre o que aconteceu. Ela ainda informou que a escola conta com sistema de segurança, de câmeras, mas que não dispõe de um vigilante.


“Nós possuímos sistema de alarme, mas nosso sistema só é ligado quando não há mais expediente, depois que todo mundo sai, o sistema é ligado. Temos o sistema de câmera externo que dá acesso às pessoas que entram e saem. Em relação a ter uma pessoa própria de segurança da escola, nós não temos. As pessoas que ficam no portão são funcionários e boa parte deles já tem uma certa idade que ficam responsáveis por fazer essa identificação, ver o que a pessoa quer e poder entrar dentro da escola. Creio que boa parte das escolas funcionam desta maneira”, contou.


A professora Márcia Souza conta que o sentimento é de vulnerabilidade porque o acesso à escola pode ser feito por qualquer pessoa.


“Angustiada porque estamos vulneráveis aqui. Nós temos que atender estes alunos porque temos demanda de trabalho de escola, e nos sentimos na total vulnerabilidade porque qualquer um pode entrar. Lógico que tem pais que vêm e a gente não vai saber se é pai, se é bandido, então, a gente fica com esse medo mesmo e angústia. Depois do ocorrido minha família e dos outros funcionários ficaram desesperados e ficamos com esse sentimento de medo”, desabafou.


Sala onde ocorreram os disparos na sexta-feira (16) — Foto: Murilo Lima/Rede Amazônica Acre

Sala onde ocorreram os disparos na sexta-feira (16) — Foto: Murilo Lima/Rede Amazônica Acre


Segurança

Aberson Carvalho, chefe do Departamento de Gestão de Rede Escolar, afirmou que a secretaria está dando todo apoio e acompanha a situação na escola e também dos servidores que ficaram feridos.


“O bairro da escola Lourival Sombra não tem índices altos de violência, é um bairro tranquilo, central e com isso foi uma coisa mais pontual, essa situação não é algo comum que ocorra. Temos um sistema de segurança, temos câmeras dentro da escola, é fato que quando a escola está fechada tem um circuito de alarme com intuito de tentar coibir qualquer índice de assalto, roubo”, pontuou.


Carvalho disse ainda que rodas as escolas da rede estadual possuem monitoramento. Apesar de nem todas contarem com presença de vigilantes. Como medida, ele disse que deve pedir que as aulas híbridas comecem na rede para que a escola tenha maior número de pessoas, inclusive de agentes de portaria.


“A pedido da secretária estamos solicitando um novo parecer á Procuradoria Geral do Estado onde possamos retomar com toda equipe e toda estrutura da escola e com isso já voltando ao regime hibrido tentando voltar com a rotina escolar com a equipe completa e isso inclui os agentes de portaria”, explicou.


Assalto

O assalto na escola terminou com secretário e coordenadora feridos e o suspeito morto. O assaltante foi identificado com Ivanilso Ângelo Reis da Silva, de 28 anos. Um comparsa dele, que estava do lado de fora do colégio, fugiu ao ouvir os disparos dentro da instituição.


Um vídeo gravado por populares mostra o momento da chegada da PM-AC no colégio. O assaltante morreu no local e os servidores foram levados para o pronto socorro pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).


Local ficou sujo de sangue das vítimas após tiroteio dentro do colégio — Foto: Andryo Amaral/Rede Amazônica Acre

Local ficou sujo de sangue das vítimas após tiroteio dentro do colégio — Foto: Andryo Amaral/Rede Amazônica Acre


À Rede Amazônica Acre, o tenente da Polícia Militar (PM-AC) Rogério Silva explicou que o suspeito entrou no colégio, andou pelo corredor e foi na sala do secretário escolar, de 30 anos. Ele retornou para o corredor e, segundo relatos, nesse momento, a coordenadora http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistrativa, que estava na sala, saiu e foi rendida.


“A pessoa pegou essa senhora [coordenadora] e levou para a sala do secretário, provavelmente se fosse roubo era para ninguém perceber, entraram e aconteceu os disparos lá dentro. Foi alvejado o secretário, a pessoa que estava com ele e o assaltante”, contou o militar.


A polícia relatou que foram disparados mais de 15 tiros dentro da sala. As informações apuradas até o momento são de que o secretário possui porte de arma de fogo. Foram apreendidas duas armas no local, uma usada pelo assaltante e outra pelo secretário.


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