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Rio Negro sobe e Manaus registra a maior cheia da história

Grupo passeia de caiaque em frente à régua do Porto de Manaus nesta segunda-feira (31).

O nível do Rio Negro subiu para 29,98 metros, nesta terça-feira (1º), ultrapassando em 1 centímetro a cota recorde de 2012. Com a marca, Manaus registra a maior cheia de sua história, desde o início dos registros, em 1902.


Mais de 24 mil famílias foram prejudicadas em pelo menos 15 bairros da capital. Ao todo, foram construídos mais de 9 mil metros de pontes de madeira, as chamadas marombas, nas regiões mais afetadas.


O centro histórico registra vários pontos de alagamento e os veículos transitam com dificuldade. Além da Praça do Relógio, o prédio da Alfândega também foi atingido.


A água invade lojas e comerciantes relatam prejuízos. Lojistas tiveram os estabelecimentos alagados, mesmo com as contenções em forma de barreira para impedir a entrada da água.


Ruas do centro estão interditadas com a subida da água. Muitos moradores são obrigados a abandonar suas casas, mas alguns resistem em deixar tudo para trás. Nas casas invadidas pela água, a presença de bichos é constante. Uma família teve a cozinha invadida por peixes trazidos pela correnteza.


A rotina dos moradores do Centro é diretamente prejudicada, pois além das dificuldades para realizar tarefas simples, como entrar e sair de casa por causa da falta de pontes, há o medo de contaminação pela água insalubre.


O local onde funcionava a principal e mais tradicional feira da capital, a Manaus Moderna, também foi inundado e os feirantes foram transferidos para uma balsa.


Auxílio aluguel

A prefeitura de Manaus começa a pagar, a partir desta terça-feira (1º), o Auxílio Aluguel para 1.315 famílias. A lista com os nomes dos beneficiários pode ser consultada no site semasc.manaus.am.gov.br/serviço_cidadao, clicando no ícone “Lista Auxílio Aluguel – Cheia 2021”. Cada família terá direito a duas parcelas do benefício, no valor de R$ 300.


Situação no interior

No total, 58 dos 62 municípios registram prejuízos causados pela cheia. Em todo o estado, segundo a Defesa Civil, cerca de 455 mil pessoas foram afetadas.


Em Itacoatiara, após permanecer estagnado por seis dias, o Rio Amazonas voltou a subir no fim de semana. É a maior cheia da história da cidade. O nível da água marca os 15,20 metros, de acordo com os dados divulgados pela Defesa Civil na segunda-feira (31).


Em Presidente Figueiredo, município distante 107 quilômetros de Manaus, carros pequenos já transitam com dificuldades na BR-319, que liga a capital amazonense a Porto Velho.


Maiores cheias do Rio Negro

  1. 2021 – 29,98 m
  2. 2012 – 29,97 m
  3. 2009 – 29,77 m
  4. 1953 – 29,69 m
  5. 2015 – 29,66 m
  6. 1976 – 29,61 m
  7. 2014 – 29,50 m
  8. 1989 – 29,42 m
  9. 2019 – 29,42 m
  10. 1922 – 29,35 m
  11. 2013 – 29,33 m
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