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Prazo acaba e comunidade escolar cobra demolição de reservatório de água que ameaça cair sobre local

Laudo do MP-AC aponta que reservatório de água do Conjunto Tucumã corre risco de cair em cima de uma escola infantil — Foto: Arquivo/Depasa


Os servidores da Escola Municipal Padre Peregrino Carneiro de Lima, no Conjunto Tucumã I, em Rio Branco, divulgaram uma carta para denunciar que o reservatório de água desativado da localidade ainda não foi demolido. O reservatório ameaça cair em cima do colégio e de casas do conjunto.


Em fevereiro, o Ministério Público do Acre (MP-AC) emitiu uma recomendação ao Departamento de Água e Saneamento do Acre (Depasa) para iniciar a demolição do reservatório. Um laudo elaborado pelo órgão mostrou os graves problemas identificados na estrutura da construção.


Entre os problemas, o perito apontou que a caixa d’água tem uma inclinação de 12,5 centímetros do topo em relação à base em direção à escola. O prazo para conclusão da demolição acabou em abril.


Na carta, divulgada nessa sexta-feira (4), a comunidade escolar afirma que o colégio está fechado há quatro meses por conta do comprometimento do reservatório. Com isso, os servidores estão trabalhando em uma sala emprestada da Escola Maria Olívia.


“Chega a ser desumano e quase improvável desenvolver um trabalho ao nível de 2º melhor Ideb da capital acreana nessas condições. Nós funcionários dessa instituição repudiamos esse desrespeito e exigimos que o que foi acordado junto ao Ministério Público do Acre seja concretizado o mais breve possível, para que assim possamos realizar nossas ações de acolhida as famílias atendidas por nossa escola nesse momento de aulas remotas e termos as condições necessárias para preparar o retorno presencial’, destaca parte da carta.


A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação do Depasa, que ficou de verificar o andamento das obras com as equipes, e aguarda um posicionamento.


Ainda segundo a reclamação dos servidores, a escola precisa de reparos na estrutura, mas está impedida de iniciar qualquer obra de reparo sem que o problema com o reservatório seja resolvido.


“Necessitamos urgentemente que seja feita a demolição desse reservatório, pois queremos nossa escola de volta e quanto mais tempo demorar mais a deterioração vai ocorrendo e a necessidade de manutenção encarecendo”, pontua.


Preocupação

A diretora da escola, Antônia Roneide Costa de Oliveira Moreira, disse que, além da preocupação com o possível desabamento do reservatório, que pode vitimar pessoas, outra preocupação é com o retorno das aulas presenciais.


“Estou ocupando a escola Maria Olívia, se eu desocupar essa sala para onde vou para as crianças estudarem? É um problema que está causando várias preocupações, a escola está se deteriorando por estar fechado, exposta ao vandalismo. Essa falta de cuidado e resposta está gerando essa movimentação”, afirmou.


A gestora revelou que a comunidade está organizando uma manifestação para cobrar logo uma resposta. “Vamos reunir a comunidade em frente à caixa d’água”, resumiu a diretora.


A servidora pública Maria Lurdes da Costa Santana mora na Rua W21 do conjunto, que fica próxima ao reservatório, e tem um neto que estuda na Escola Padre Peregrino. Ela diz que teme que a caixa d’água desabe a qualquer momento e destrua as casas.


“Nossa rua toda seria sacrificada, não quero nem pensar nisso. A gente teme que aconteça um acidente, a caixa está tombada e o pior é que os bombeiros vieram, há quase dez anos, e condenaram [a estrutura]. Já tiveram várias reuniões para falar sobre isso, queremos uma solução do Depasa”, concluiu Maria Lurdes.


Problemas

Segundo o relatório do MP-AC, os defeitos encontrados no reservatório causaram ‘fissuras, infiltrações e carbonatação com consequentes efeitos de corrosão na armadura, desagregação do concreto e perda da capacidade de resistência’.


Além disso, três dos quatro pilares do reservatório, a laje e a fixação de braçadeira de aço já estão comprometidos por causa da corrosão. Há também problemas na instalação da rede elétrica e na escada de acesso de segurança.


“Recomenda ao Departamento Estadual de Água e Saneamento, por intermédio de sua Diretora Presidente, a demolição voluntária do Reservatório de Água do Tucumã, uma vez que a referida estrutura apresenta patologias capazes de ocasionar queda, expondo a risco a comunidade do entorno, desatendendo as normas técnicas e o Código de obras do Município de Rio Branco em especial os artigos 2º e 192, apresentando plano de ação no prazo de dez dias”, estipulou na época.


O órgão pediu ainda para que a Secretaria de Infraestrutura Urbana (Seinfra) e a Secretaria de Educação (Semec) fossem notificadas.


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