Há dois meses, pacientes com diabetes no Acre estão sem insulinas fornecidas pelos Estado

Os pais de pacientes com diabetes que fazem o tratamento no Acre continuam sem uma previsão para a chegada de insulinas, que são distribuídas pela Secretaria de Saúde do Acre. Segundo eles, o medicamento está em falta no Centro de Referência de Medicamentos Especiais (Creme) do estado há cerca de dois meses.


Os que ainda possuem insulinas que foram entregues no Creme estão dividindo o medicamento com os demais que não têm condições de comprar em farmácias. Outra preocupação, é que as últimas insulinas que foram distribuídas pelo estado vencem no próximo dia 30.


A situação foi confirmada pelo chefe departamento de Assistência Farmacêutica da Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre), Rachid Amin. Segundo ele, o medicamento é fornecido pelo Ministério da Saúde e que há previsão de regularização até o dia 30 de junho no abastecimento.


“Esse medicamento é fornecido direto pelo Ministério da Saúde e vem para a Sesacre já direcionado a todos os pacientes. Tem cerca de dois meses que estamos sem isso. O motivo da falta é que o Ministério da Saúde não estava conseguindo comprar, porque não tinha matéria-prima para o fornecimento. E o último processo licitatório que teve, já estava para ser fechado, quando houve um recurso, mas já foi decido e estão recebendo esse medicamento”, disse.


Glicemia descompensada

A http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistradora Katya Dantas, de 38 anos afirmou que, com a troca de insulina que precisou comprar pela falta da medicação no Creme, a glicemia do filho Alan Dantas de apenas 4 anos ficou ‘totalmente descompensada’.


“Estou com esse problema, porque tivemos que comprar insulina e ainda estamos tentando ajustar. Agora mesmo fui verificar a glicemia dele e estava mais de 400, justamente porque a gente vinha fazendo tratamento com uma insulina, tivemos que comprar outra por conta dessa falta de controle no Creme e agora estamos tentando ajustar a glicemia para essa nova. É complicado em todos os sentidos.”


Preocupação

A aposentada Gersina Anastacio, de 62 anos, conta que a filha Giovanna Nicole, de 14, faz uso diário da medicação desde que tinha 9 anos e foi diagnosticada com diabetes. A menina precisa aplicar a insulina ao menos três vezes ao dia, antes das refeições.


Aflita sem uma previsão, Gersina afirmou que no último dia 7 de junho esteve no centro em busca do remédio e foi informada de que estava em falta. Ela disse ainda que chegou a comprar dois refis por R$ 105, mas que já acabaram e precisou da doação de outros pais.


“Está na mesma situação, não tem. Consegui porque no nosso grupo, as pessoas que têm uma a mais ou que conseguem comprar, estão emprestando. Mas, essa que consegui vence no final desse mês. Estou muito preocupada”, afirmou.


Ao menos 70 pais de crianças com diabetes no Acre fazem parte do grupo “Família Doce” e estão na mesma situação. Fora os demais pacientes que precisam da insulina.


Uma caneta de insulina custa em média R$ 98 em farmácias de Rio Branco, sendo que a maioria dos casos usa duas por mês, além das outras medicações.


A mesma preocupação é da universitária Débora Motta, que é mãe da pequena Mariana Motta Mastub, de 8 anos, que também faz uso de insulina. A menina foi diagnosticada com diabetes tipo 1 desde agosto de 2019 e desde então precisa fazer o uso diário da insulina após cada refeição.


“As insulinas que a gente recebeu vence agora em junho e alguns pais estão pedindo ajuda e está um emprestando para o outro. Está todo mundo desesperado e dizem que não tem previsão, que não tem fornecedor, que estão fazendo licitação, essa é a resposta que a gente tem. Estamos aqui na espera e muita gente não tem condições realmente”, disse Débora.


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