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Governo e prefeitura se mobilizam para evitar interrupção de água de Rio Branco

Ações emergenciais buscam evoluir com o processo de contenção e estudo do solo

Com um cenário preocupante, de riscos de novos deslizamentos de terra na área onde está instalada a captação da maior unidade de produção do Departamento Estadual de Água e Saneamento do Acre (Depasa) na capital, a Estação de Tratamento de Água (ETA) II, o governo do Acre e a Prefeitura de Rio Branco seguem mobilizados para eliminar riscos de interrupção no abastecimento de água na cidade.


As intervenções envolvem equipes Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), Departamento Estadual de Água e Saneamento (Depasa), Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Regional (Sedur), Departamento de Estradas de Rodagem do Acre (Deracre), Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb) e Empresa Municipal de Urbanização (Emurb). Gestores e técnicos da Defesa Civil municipal e estadual também acompanham os trabalhos.


Com a construção da nova subestação em fase de conclusão concentração de esforços é para concluir a implantação do sistema elétrico/Foto: Rafael Dias/Seinfra

Com a estrutura física da nova subestação para alimentar a estação de captação em fase de conclusão, as frentes de serviço concentram esforços para realizar a implantação do sistema elétrico, com a instalação de  transformadores, quadros de acionamento e cabeamento. “Tudo simultaneamente, numa verdadeira força-tarefa”, destaca o diretor de Operações do Depasa, Alan Ferraz.


Ainda com o objetivo de evitar nova movimentação de terra na captação, equipes da Emurb esvaziam reservatório construído para reutilização da água para lavagem do pátio na área da Central de Abastecimento de Rio Branco (Ceasa).  “Trata-se de um tanque, que acabava funcionando como carga hidráulica para acelerar o processo de deslizamento de terra na região. Com o esgotamento retiramos um peso, que faz pressão sobre a massa, já instável”, explica o secretário adjunto de Infraestrutura, Jamerson Lima.


As ações emergenciais buscam evoluir com o processo de contenção e estudo do solo para avaliar o nível de comprometimento da estrutura por causa da nova movimentação de terra. “Vamos ainda fazer áreas de acesso para manutenção e canaletas de drenagem superficial, para evitar que o processo se acelere”, enfatiza Lima.


A origem do problema


Tudo começou em maio de 2020, quando uma grande movimentação de terra colocou em risco a subestação que alimenta a estação de captação da ETA II.


Àquele momento, o governo do Estado iniciou procedimentos para realização de obras emergenciais, com o objetivo de preservar a estrutura da unidade de produção do Depasa e continuar garantindo o funcionamento do sistema de abastecimento da capital.  Os projetos contemplaram execução de obra de contenção e de construção de nova subestação. O investimento foi de R$ 6 milhões.


Construída sobre estacas de 40 centímetros de diâmetro, fincadas a 21 metros de profundidade, a nova subestação está segura. O muro de arrimo, construído com 54 estacas de concreto, com 51 centímetros de diâmetro, entre 18m e 20m de profundidade, também contribuiu para desacelerar o processo de desbarrancamento, mas ainda há riscos.


Agora, um ano depois do primeiro sinistro, e após mais um período de cheia do Rio Acre, nova movimentação de terra voltou a ameaçar o funcionamento da captação da ETA II.  Há cerca de 30 dias, o solo da área da captação voltou a se movimentar, formando nova cunha, em movimento de rotação. A subestação, que já apresentava fissuras, continua com risco de desabar e, mesmo com a contenção, o movimento de terra continua progredindo a cada período de cheia.


Nova movimentação de terra volta a ameaçar o funcionamento da captação da ETA II/Foto: Rafael Dias/Seinfra

De acordo com Jamerson Lima, os problemas hoje enfrentados são decorrentes de fenômenos da natureza, comuns na região amazônica. “Situações idênticas ocorreram e ocorrem na região da Gameleira, Mercado do Quinze e região central da cidade. O problema é que, no momento em que foi instalada a captação, não houve análise que identificasse a possibilidade desse tipo de situação. E, neste momento de transição dos serviços do Depasa para o Saerb, de gestão compartilhada, precisamos atuar em conjunto e de forma articulada, para eliminar riscos de interrupção do abastecimento”, explica.


Instalada na região da Sobral, A ETA II é a maior unidade operacional do Depasa em  Rio Branco. Com capacidade para captar e tratar mil litros de água por segundo, é a ETA II que abastece todos os bairros da regional Calafate, parte da Sobral, Segundo Distrito de Rio Branco e toda a parte alta da cidade.


O plano B


No ano passado, com  a ocorrência do primeiro sinistro, dos três tanques de decantação da captação, dois se romperam, e a captação passou a funcionar com apenas um tanque. Numa ação conjunta, o Estado, por meio do Depasa e Seinfra, elaborou o projeto de um canal de desvio pra levar a água captada até a estação de tratamento, localizada também na Sobral.


Construção do canal de desvio para levar água da captação até a estação de tratamento/Foto: Clemerson Ribeiro/Depasa

Caso a última lagoa fique comprometida, o transporte da água até a estação de tratamento será feito pelo novo canal. “As obras estão bem aceleradas, mas precisamos contar também com a ajuda do tempo, por que são obras de movimento de terra e, quando chove, numa área instável , fica mais  arriscado deixar máquinas em operação . A cada chuva perdemos dois ou três dias de operação”, diz.


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