Segundo a mãe de Lázaro, Eva Maria, as forças de segurança ainda não entraram em contato com a família para pedir ajuda nas buscas ou em possíveis negociações de entrega. “Ele entrou em contato uma vez, por telefone. Eu estava muito nervosa e perguntei para ele: ‘Cadê a mulher [Cleonice, que estava desaparecida, à época]?’. Ele disse ‘Não sei. Não está comigo’. Depois, não falou mais nada e desligou, quando falei para ele que meu telefone estava rastreado”, contou a mãe.
Wesley, que é proprietário de uma chácara onde a mãe, o padrasto e o próprio Lázaro trabalharam, descreveu o suspeito como “astuto” e “fora do padrão”, porém tranquilo. “Era uma pessoa comum, sem traços de agressividade. Pelo contrário, era uma pessoa tranquila de se dar. Recebia ordens, não questionava, cumpria”, explica. A mãe e o padrasto também trabalhavam bem e não demonstravam má conduta, segundo ele.
Perfil psiquiátrico
Ao analisar Lázaro, o psiquiatra forense Ulysses Castro seguiu a mesma linha dos familiares. Segundo o especialista, o suspeito pode se entregar a qualquer momento. “Eu tenho uma leve intuição que ele vai fazer isso aqui [se entregar após 15 dias, como fez na Bahia].”
Porém, Castro não deixa de demonstrar preocupação com os desdobramentos desse ato, já que Lázaro poderia usar essa “entrega” como forma de manipulação. “Se ele não for pego pela polícia e se entregar, será justamente o que ele quer, o encanto. Ele vai virar um líder dentro do presídio por não ter sido preso por essa quantidade de policiais.”
Segundo o especialista, com base no pouco conhecimento e nos primeiros exames psicológicos, o homem pode ter um Transtorno de Personalidade Antissocial Grave, ou seja, psicopatia. Dentre as principais características desse transtorno são manipulação, sadismo e ápatia. “Se formos perceber, a história dele [Lázaro] é de estupro e assassinatos cruéis… É muita crueldade e tentativa de infringir sofrimento ao outro para obtenção de um prazer, muitas vezes, sexual.”
Buscas
Há 16 dias foragido, Lázaro é suspeito de cometer, além do assassinato em Ceilândia, outros crimes graves, como estupro. As buscas ocorrem nas cidades de Edilândia e Girassol, que pertencem a Cocalzinho de Goiás (GO), e contam que 200 policiais civis, militares, federais e rodoviários federais.
Depois de muito movimentação na semana passado, esta semana tem corrido sem muitas novidades sobre o suspeito, completando cinco dias sem qualquer sinal.