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Em greve, servidores da saúde fazem ato em frente à Secretaria de Saúde em Rio Branco

Em mais um dia de paralisação, os servidores da saúde do Acre fazem um ato em frente a Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre), na manhã desta quarta-feira (16). Este é o terceiro dias de paralisação da categoria.


O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Acre (Sinteac), Adailton Cruz, diz que o movimento ocorre também no interior do estado e é uma forma de pressionar uma posição do governo.


“Estamos reivindicando concurso público, temos um deficit de mil trabalhadores da Saúde, então estamos reivindicando apoio ao trabalhador de Saúde que está em condições subumanas, faltam leitos, medicamentos e reivindicando apoio salarial, a nossa categoria é a mais mal paga do estado”, diz.


Em meio à pandemia, os servidores da saúde estão em greve desde a segunda-feira (14), quando decidiram para as atividades com cerca de 30% do quadro. Os outros 70% seguem trabalhando para não prejudicar os atendimentos emergenciais e também os casos de Covid-19, segundo informou o presidente do Sindicato dos Médicos (Sindmed), Guilherme Pulici.


Sem acordo

Pulici diz que os atos começaram os protestos porque não houve acordo com o governo.


“As reivindicações foram colocados desde o dia 4 de maio, as pautas coletivas, q que atendem todos os sindicatos e fizemos isso para simplificar para o governo. Na última reunião, muitos dos entes envolvidos não compareceram, os que estavam presentes não tinham lido, se inteirado, foram direitos tirados de todas as classes”, destaca.


Ele destacou ainda que médicos têm se queixado de falta de equipamentos e materiais básicos. Voltou a garantir que os atendimentos à Covid, de emergência e urgência não foram impactados com os protestos.


“O problema da Saúde hoje é gestão, estamos aqui para reivindicar isso. Não vamos abrir mão de condições mínimas de trabalho e remuneração. Os médicos são a única categoria que não recebe adicional noturno, isso não dá pra continuar desse jeito. Os profissionais de saúde são mais de 10% das mortes do nosso estado”, destaca.


Ainda na segunda, os representantes sindicais foram recebidos pelo governador Gladson Cameli, mas rejeitaram a proposta do governo e protestaram na terça-feira (15) e chegaram a fechar a Avenida Getúlio Vargas, no centro da capital acreana.


Nesta quarta, os grevistas estão em nova reunião com o secretário de Saúde, Alysson Bestene. A informação foi confirmada pela assessoria de comunicação da Sesacre que ainda avalia se vai se manifestar sobre a greve.


Servidores protestem no terceiro dia de paralisação — Foto: Andryo Amaral/Rede Amazônica Acre

Servidores protestem no terceiro dia de paralisação — Foto: Andryo Amaral/Rede Amazônica Acre


Greve

A categoria pede melhorias tanto no quadro de profissionais com novas contratações, como na estrutura dos hospitais. Guilherme Pulici, disse que são várias as reivindicações da categoria, entre as principais, está a falta de médicos.


“São tantas reivindicações que é difícil falar qual é a principal. Uma categoria que tralha sob condições adversas, num ambulatório, por exemplo, que não tem uma iluminação adequada, onde o teto está desabando, onde tem fio exposto, onde o ar-condicionado está quebrado, onde tem buracos no teto. São tantas condições adversas que gente conta com a sensibilidade do judiciário, do Ministério Público para que compreendam que esse é um movimento responsável”, disse.


Ainda na segunda, representantes dos sindicatos da saúde foram recebidos pelo governador Gladson Cameli no Palácio do governo. À Rede Amazônica, o governador disse que tenta achar uma saída jurídica para atender a categoria.


“É tentar achar as soluções principalmente jurídicas. Esse é o grande impasse que nós temos. Porque não é questão financeira, é que o estado está acima da Lei de Responsabilidade Fiscal. Queremos achar um meio termo para que a gente possa, o quanto antes, dar uma resposta porque nós sabemos que não é só a saúde. São todas as categorias que estão solicitando melhorias e está no nosso planejamento”, disse.


Sem aceitar o que foi proposto pelo governo, a categoria voltou a protestar em frente ao Pronto Socorro e logo depois fechou a avenida para pressionar o governo.


“A gente recebeu a proposta ontem, e nos foi entregue à noite, porém cheia de irregularidades, correções que precisam ser feitas e ainda há um ponto ‘X’ que é a questão das perdas inflacionárias que ainda estão em discussão, então o movimento segue firme. Ainda queremos arranjar um jeito de amarrar essa negociação com as melhorias de condições de trabalho, condições estruturais, no fornecimento de insumos, de medicamentos, de proteção individual, principalmente na pandemia”, disse o presidente do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed), Guilherme Pulici.


Reivindicações

Com problema nas escalas e falta de médicos em hospitais do Acre, o Estado virou alvo de uma ação movida pelo Conselho Regional de Medicina (CRM-AC) ajuizada ainda em 2019, que pede a regularização das escalas no Pronto-Socorro e recebeu um parecer favorável do Ministério Público Federal (MPF), na última semana. E o Sindmed-AC anunciou que vai entrar na justiça para obrigar o estado a fazer concurso público.


“A gente se propôs a paralisar sem comprometer o atendimento à Covid e os atendimentos de urgência e emergência, mas que se a gente não tomar uma atitude enérgica, enfrentadora, a nossa saúde vai por água abaixo. A gente sabe que a maior parte da nossa população depende do SUS e se a gente não lutar pelo SUS quem vai lutar?”, questionou.


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