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Após um mês da morte de jovem esquartejado e colocado em sacos no Acre, mãe aguarda respostas: ‘angústia’

Completado um mês desde que o jovem Thiago da Silva Farias, de 21 anos, foi morto, a mãe dele, a autônoma Elizangela Farias, segue sem respostas para o crime brutal.


O jovem foi achado morto e esquartejado dentro de sacos plásticos próximo a um igarapé, na zona rural do município do Bujari, no interior do Acre, no último dia 13 de maio. Mas, segundo a mãe, a data que consta no atestado de óbito do filho é do dia 7 do mês passado.


A autônoma afirma que polícia não tem repassado informações sobre as investigações, que correm em sigilo. Ela diz aguardar um mês desde que as apurações foram iniciadas, que é o prazo dado para conclusão do inquérito. E que, caso não receba nenhuma resposta até lá, pretende cobrar celeridade.


No dia 18 do mês passado, a Polícia Civil do município do Bujari prendeu dois suspeitos, de 26 e 34 anos, de participação no homicídio do jovem.


“Até o momento não tenho nenhuma informação, estão trabalhando em sigilo. Me falaram que estão empenhados na busca de um outro que diz que tem [envolvimento] e eu estou esperando as respostas. Hoje faz um mês que meu filho faleceu, mas a polícia entrou no caso no dia 13, então vou aguardar a resposta deles até o próximo dia 13, que completa um mês. Caso, eles não falem nada, a gente vai ter que fazer uma manifestação”, disse Elizangela.


O G1 não conseguiu contato com o delegado Bruno Oliveira, responsável pelo caso, nesta segunda-feira (7). A última vez que ele comentou sobre as investigações foi no último dia 26, quando afirmou que não havia realizado mais prisões fora a da dupla e que a investigação corria em sigilo.


“Tudo indica que tenha sido latrocínio, porém a investigação continua. Precisamos colher mais informação para concluir a causa do crime. Os presos ainda não foram indiciados. Tudo indica que serão apenas no final do procedimento. A investigação é complexa, está no início”, disse na época.


Dúvidas


Mãe de três filhos, a autônoma conta que Thiago era o seu mais velho, um parceiro, já que foi criado apenas por ela. Ele estava desde o dia 1º de maio na colônia de um tio, cuidando do local.


Agora, restam as perguntas sobre o porquê de o filho ter sido vítima de um crime tão brutal e a tristeza de perder um menino cheio de sonhos e planos.


“Não tem sido fácil, tem dia que estou bem, tem dia que não estou, tem dia que me levanto, tem dia que não. É uma angústia tão grande, uma dor muito forte, não tem palavras para expressar. Quando acordo já é o pensamento nele. Porque fizeram isso? Porque? Era um menino que não merecia isso jamais. Espero que eles consigam responder essas perguntas e com a verdade. E que seja feita justiça.”


Latrocínio


Segundo a polícia, a principal hipótese é de que o jovem, que não tinha ligação com organizações criminosas, tenha sido vítima de um latrocínio, já que as armas do avô dele foram levadas na ação. No entanto, não descarta outras possibilidades.


A polícia não descarta participação de mais pessoas no crime. As armas levadas, segundo a família da vítima, eram registradas para uso em zona rural.


Os policiais foram acionados por um tio do rapaz que recebeu a informação de que ele estava desaparecido e ao procurar por ele, acabou encontrando o corpo espalhado em vários sacos plásticos. O jovem estava cuidando da propriedade do tio, que fica no Km 72 da BR-364 e mais 10km de ramal.


Elizangela conta que filho era trabalhador, estudioso e esforçado e que sonhava em ser veterinário — Foto: Arquivo pessoal


Trabalhador, estudioso e esforçado


A autônoma contou que Thiago chegou a dizer que não queria ir para o local, mas se sentia na obrigação de ajudar o tio. Elizangela disse que sabia que o local era perigoso e pediu para que o filho não fosse. Disse ainda que a mãe dela, avó da vítima, chegou a pedir para que ele ficasse também.


Trabalhador, estudioso e esforçado. A mãe conta que Thiago fazia um curso, trabalhava como jovem aprendiz em uma loja de eletrodoméstico e a ajudava à noite em uma hamburgueria da família. Recentemente, ele tinha ganhado uma bolsa para cursar pedagogia em uma faculdade particular, mas a mãe diz que ele sonhava mesmo em ser veterinário.


“Por que fizeram isso com ele? Se queriam roubar, por que não levaram as coisas e deixaram ele lá amarrado, amordaçado. Mas, não fizesse uma atrocidade dessa, porque ele não merecia. Não sei o motivo de tanta crueldade com meu filho. Ver acontecer isso com um ser humano lindo, cheio de luz, cheio de sonhos. Estou orando a Deus que me console, meu filho não era criminoso”, se emociona.


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