A Saúde do Acre foi condenada a pagar uma indenização para uma criança de 8 anos por negligência no atendimento. O menino amputou um dos dedos em um acidente doméstico, em Plácido de Castro, interior do estado, e foi transferido para o Pronto-Socorro de Rio Branco para reimplantar o órgão. Mas, a equipe responsável pela transferência não levou o dedo da criança.
O problema só foi percebido na sala de cirurgia na capital acreana, quando os médicos foram operar o menino. Foi então que a mãe da criança ligou para o marido, que tinha ficado no interior, e pediu para que ele avise a equipe do hospital.
O homem foi até a unidade e a equipe achou o dedo do menino após buscas. Porém, devido ao tempo que tinha passado, não foi mais possível reconstruir o membro. O caso ocorreu há mais de dois anos.
A família entrou na Justiça e processou a Saúde pela negligência. Em primeira instância, a Justiça condenou o Estado a pagar R$ 15 mil de danos morais e R$ 20 mil de danos estéticos. O Estado recorreu e os membros da 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) diminuíram o valor de danos estéticos para R$ 15 mil.
“De acordo com a acervo probatório, houve falha na prestação do atendimento hospitalar, porque, mesmo que o dedo amputado eventualmente não suportasse a tentativa de reimplante, os profissionais da rede pública estadual de saúde não forneceram o tratamento adequado ao caso com os procedimentos mais eficazes e eficientes”, destacou o desembargador Luís Camolez em seu voto.
A Sesacre informou ao G1 que o departamento jurídico vai verificar o processo.
A advogada da família da criança, Roseli Knorst Schafer, explicou que o processo não cabe mais recursos. o acidente ocorreu quando o menino tentava cortar um coco para tomar a água. Imediatamente, os pais levaram o filho para o hospital, mas o procedimento de reimplante só poderia ser feito na capital acreana.
“A equipe ainda chegou a informar para o pai que o dedo tinha ido sim, mas depois verificaram que tinha ficado. Ainda deixaram na responsabilidade do pai, mas o hospital que se responsabiliza por isso e deveria ter o cuidado de embalar o dedo e enviar. Não foi possível fazer a reimplantação”, confirmou