Professores de Cruzeiro do Sul protestam contra o governo do Estado e decisão da Justiça de suspensão da greve da Educação

Foto: Reprodução

Os professores da rede estadual de Cruzeiro do Sul realizaram, no início da manhã desta quarta-feira (26), uma grande manifestação em frente à Catedral de Nossa Senhora da Glória em protesto contra a decisão do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) que atendeu pedido da Procuradoria Geral do Estado protocolado pelo governo do Estado e suspendeu a greve dos servidores.


Os servidores da educação estadual, que estão em greve desde o dia 13 de maio, na manifestação estavam vestidos de preto e levaram um caixão para lembrar os educadores e trabalhadores que morreram vítima da pandemia do novo Coronavírus e protestaram pela decisão que penaliza o sindicato com multa diária de R$ 10 mil caso não cumpra a determinação judicial.


A direção do Sinteac recorreu da decisão e ressalta que a categoria pleiteia a reestruturação do Plano de Cargos e Carreiras (PCCR), o pagamento do Prêmio Anual de Valorização e Desenvolvimento Profissional (VDP) e a vacinação prioritária dos professores contra a Covid-19.


A professora Rosa Rodrigues, gestora da Escola Braz de Aguiar, destaca que com a a greve a categoria não defende aumento de salário, mas apenas a reposição das perdas causadas pela inflação. “Houve um aumento de quase 100% de todas os produtos e o salário continua o mesmo. Não estamos aqui por questões políticas, muitas pessoas desconhecem o trabalho da educação que é a base de tudo para que se tenha uma sociedade digna”, protesta a educadora.


O professor Pedro Moreira, diretor da escola Hugo Carneiro, destaca que a Educação está de luto e a greve é a forma dos professores mostrarem que não estão satisfeitos com a maneira que o governo do Estado está conduzindo o setor. “Estamos há mais de cinco anos sem reposição inflacionária, queremos que o governo ofereça uma contraposta justa e digna para os trabalhadores”, disse.


O diretor destaca ainda que nesta pandemia vários colegas perderam suas vidas e mesmo depois de duas semanas de greve o governo ainda não se manifestou com nenhuma negociação. “Estamos na luta para reivindicar nossos direitos e aproveito para pedir o apoio dos professores para nossa chapa na eleição do sindicato em que sou candidato junto com o professor Romário”, disse.


O presidente do Núcleo do Sinteac em Cruzeiro do Sul, professor Edvaldo Gomes, destacou a grande manifestação e insatisfação com o governo do Estado que não atendeu as reivindicações e também com a Justiça que acatou pedido da PGE e suspendeu através de liminar o movimento grevista e que apesar de tudo vai continuar até que o governo apresente uma proposta para atender a categoria.


“Nossa categoria demonstra que está de luto por tudo isso, mas está pronta para lutar pelos seus direitos. Lutamos não só por reposição salarial que não houve nos últimos cinco anos, mas por melhores condições de trabalho. Até agora nenhum resultado positivo e a única coisa foi uma liminar cerceando os direitos. Estamos de luto, mas vamos continuar a luta”, disse.


O líder sindical João Sandim destacou a disposição de luta da categoria que decreta luto pela perca dos colegas que morreram nas suas atividades. “Estamos desde 2019 tentando negociar uma proposta que possa fazer a reposição da inflação, pois o povo brasileiro e os profissionais da educação sofrem com os aumentos da política implementada pelo governo Federal e agora abraçada pelo governo do Estado.


“O governo de forma intransigente não discutiu as propostas da categoria que na pandemia mostrou garra, os professores tiveram que investir em computadores e celulares para atender da melhor forma os alunos. Infelizmente os governos não tem olhado com carinho para a nossa educação e a categoria cansada de lutar decidiu entrar em greve”, desabafa.


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