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Presidente da CPI da Covid afirma que Pazuello deve ser reconvocado

Foto: Reprodução

Opresidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM) afirmou neste sábado (22) que a comissão quer reconvocar o ex-ministro Eduardo Pazuello, por causa da série de mentiras que foram contadas pelo general durante os dois dias em que prestou depoimento.


O requerimento de convocação, já apresentado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), deverá ser votado na próxima quarta-feira (26).
Pazuello prestou depoimento à CPI da Covid na quarta (19) e quinta-feira (20). Sua participação foi marcada por mentiras e tentativa de blindar o presidente Jair Bolsonaro. No segundo dia de sua oitiva, o relator Renan Calheiros (MDB-AL) apresentou uma lista de 14 mentiras que foram ditas pelo general e sugeriu então a contratação de uma agência de checagem de fatos para os próximos depoimentos.
Neste sábado, durante live do grupo Prerrogativas, o presidente da comissão classificou a participação de Pazuello como “hilária”. Aziz cita como exemplo que o militar promoveu um grande contorcionismo ao criar uma versão de que nunca recebeu ordens de Jair Bolsonaro, apesar de que todas as pessoas, mesmo lá “no interior do Amazonas”, seu estado, terem visto o presidente afirmar que não assinaria contrato de compra da vacina Coronavac.


Também menciona a a frase proferida por Pazuello “um manda e outro obedece”, dita em outubro após recusar fechar negócio para adquirir a vacina. Na comissão, o general afirmou que aquilo seria uma brincadeira e que ordens não são dadas via redes sociais.


“Primeiro que ele [Pazuello], confiando no habeas corpus, chegou com o habeas corpus que dizia ‘posso mentir que não vai acontecer nada comigo, zero’. Isso ele utilizou muito bem”, afirmou o senador.
“Ele estava com um habeas corpus deixo do braço que permitia que ele falasse o que quisesse que nada poderia acontecer com ele. Por isso que ele está sendo reconvocado, vai ser reconvocado quarta-feira”, completou.


A próxima quarta-feira (26) será reservada pela comissão para a votação de requerimentos de convocação e pedidos de informações. Aziz também afirma esperar que essa vez o Supremo Tribunal Federal evite conceder um habeas corpus, que garanta ao depoente o direito de ficar em silêncio em determinas questões, para não produzir provas contra si.


“E a gente espera que a gente possa trabalhar sem a ingerência do Supremo nessa questão, até porque se o ministro [Ricardo] Lewandowski assistiu [à sessão da CPI], ele vai dizer ‘eu não posso dar um habeas corpus de novo para o cara mentir”, disse o senador, acrescentando que Pazuello “defendeu o Bolsonaro como se estivesse defendendo um filho dele”.


O presidente da comissão criticou a ameaça velada do presidente Jair Bolsonaro, que disse “imagina Manaus sem a Zona Franca”, em referência à capital do estado representado por Aziz.


O senador rebateu afirmando que a Zona Franca de Manaus está garantida pela Constituição e que espera que o presidente lute para trazer vacinas, em vez de querer “ser médico e prescrever remédio”, em referência às falas de Bolsonaro em defesa da hidroxicloroquina.
Omar Aziz afirmou que grande parte do presidente em relação a ele se dá por não ter caído na “piadinha” para prender o ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten.


“Ele tem todo o direito de me criticar. E eu sei o porquê da raiva dele. Ele queria que prendesse o Wajngarten e a CPI acabasse naquele dia. Mas, eu não caí naquela piadinha”, disse o senador.


Após alegar que Wajngarten havia cometido crime por ter mentido em depoimento à CPI, o relator Renan Calheiros pediu a prisão do ex-secretário. Aziz, no entanto, negou o pedido.


Aziz afirma que o depoimento de Wajngarten foi um dos mais importantes, pois trouxe a informação de que o governo permaneceu praticamente dois meses ignorando uma carta com proposta de venda de vacinas da Pfizer.


O presidente da comissão também afirmou que recebeu um contato do ex-secretário-executivo da Saúde e atual servidor da Casa Civil Élcio Franco, que teria apresentado um exame positivo para o novo coronavírus, pedindo para adiar seu depoimento. O coronel, que é braço-direito de Pazuello, iria depor na quinta-feira (27).


Omar Aziz também criticou a viagem do presidente ao Maranhão, mesmo após a identificação da nova cepa do novo coronavírus.


“Anteontem Maranhão detecta uma variante vinda da Índia. O presidente no dia seguinte deveria dizer ‘eu vou cancelar a minha ida, porque eu vou causar aglomeração, mas depois eu faço’. É entrega de título. Não era nenhuma grande obra, nada que fosse mudar a vida de milhões de brasileiros”, disse.


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