A Operação Exceptis, realizada nessa quinta (6), resultou na morte de 25 pessoas: 24 suspeitos e o policial civil André Frias, de 48 anos, baleado na cabeça. Dos 24 suspeitos mortos, apenas três eram alvos dos mandados de prisão expedidos pela Justiça para a referida ação.
A ação policial gerou uma onda de indignação e foi a mais letal da história do Rio de Janeiro. O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu ao procurador-geral da República, Augusto Aras, investigação sobre a operação policial. Para o magistrado, há indícios de “execução arbitrária”.
A Polícia Civil, por sua vez, destaca que a operação foi planejada e necessária. Que não há que se comemorar os óbitos, mas os mortos teriam reagido e ameaçado a vida dos policiais.
A corporação informou que a ação, coordenada pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), foi resultado de investigação contra a organização criminosa que atua na comunidade.
O grupo é investigado pelo aliciamento de crianças e adolescentes para integrar a facção que domina o território, explorando os menores para práticas ilícitas, como o tráfico de drogas, roubo de cargas, assaltos a transeuntes, homicídios e sequestros de trens da Supervia, dentre outros crimes.
Desde junho do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu operações em favelas durante a pandemia. A decisão permite ações apenas em “hipóteses absolutamente excepcionais”, após comunicação e justificativa ao Ministério Público.
A Polícia Civil disse ter agido legalmente, dentro dos protocolos estabelecidos pelo STF.
Durante a operação foi apreendido forte armamento, entre eles uma metralhadora e munição antitanque.
Mais cedo, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse ter apoiado a operação da polícia e que os mortos são “todos bandidos”.