A criança de 3 anos ,que teria sido vítima de maus-tratos ao apanhar do pai com cipó e ter os pés furados, começou a ser acompanhada por psicólogos e demais profissionais da rede de assistência social do município de Porto Acre. A mãe Rosenilda da Cruz, que denunciou o caso na delegacia da cidade, também recebe atendimento.
A conselheira tutelar de Porto Acre, Fabiana Lacerda, informou que nessa terça-feira (18) uma equipe do Conselho junto com assistente social e psicóloga do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) foi até a casa da família para prestar os primeiros atendimentos.
“Tudo que está nas atribuições do Conselho Tutelar de Porto Acre nós estamos fazendo. A criança está se recuperando em casa e todo suporte que a mãe e a própria criança precisam na questão psicológica e de orientação, a equipe do Creas está dando. Foi feito o primeiro contato e a equipe vai retornar outras vezes para continuar o acompanhamento com ela e com a criança”, informou Fabiana.
Laudo aponta possíveis maus-tratos contra criança de 3 anos — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre
Laudo do corpo de delito
Conforme o laudo do exame de corpo de delito feito no Instituto Médico Legal (IML) de Rio Branco, a pedido do delegado responsável pelo caso, Marcos Sobral, foi concluído que pode configurar crime de maus-tratos se for apurado que as lesões foram dolosas e causadas pelo genitor.
No exame físico, o perito constatou a presença de várias lesões causadas por instrumento contundente em fase de cicatrização tanto no rosto da criança, como na região anterior e posterior do tronco, no membro superior esquerdo e na palma dos pés. O laudo concluiu ainda que houve “ofensa à integridade corporal ou à saúde da criança”.
Boca da criança estava completamente machucada, segundo a mãe — Foto: Arquivo pessoal
Agressões
O caso foi registrado no sábado (15) na Polícia Civil. A mãe contou à Rede Amazônica que ela e o pai do menino são separados e que o filho foi passar um período de 15 dias com o homem, foi quando as agressões aconteceram. Ela disse que não havia histórico anterior de agressão ao menino.
“O pai levou ele para passar 15 dias e, durante esse tempo, sempre fiquei ligando, procurando, tentando ter notícias dele, só que ele recusava, sempre não atendia. Então, teve um momento que fiquei desesperada e ameacei que se não trouxesse eu ia dar um jeito, ia chamar a polícia. Então, no sábado, ele me ligou e falou: teu filho tá aqui, vem buscar e, quando cheguei lá, encontrei meu filho todo machucado, de castigo no chão porque disse que era uma criança desobediente, mal comportada”, contou a mãe em desespero.
Rosenilda relatou que no momento em que foi buscar a criança, foi ameaçada pelo suspeito que ainda teria tentando agredir a criança mais uma vez. A criança contou como foram as agressões à uma médica que fez o atendimento no PS.
“Ele é uma criança de três anos e falou que ele [o pai] usou um cipó para bater nele. Para a médica, contou que furou os pés dele e falou que se ele contasse ia machucar muito mais ainda. Contou que tem dor na cabeça, no corpo todo. Meu filho é uma criança animada alegre, mas agora não deixa ninguém chegar perto.”