Ex-ministro da Saúde comandava a pasta quando a pandemia de Covid-19 chegou ao Brasil. Ele é o primeiro a depor na CPI
Os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich participam, nesta terça-feira (4/5), da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga ingerências do governo federal no enfrentamento da pandemia da Covid-19.
Em pronunciamento aos senadores, o ex-ministro da Saúde afirmou que sempre se baseou na preservação da vida e na ciência para tomar decisões. Ele alegou ainda que sempre defendeu a imunização da população e que “houve discordância” com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a política de isolamento social para conter o vírus.
Luiz Henrique Mandetta revelou que, enquanto esteve no comando da pasta, testemunhou reuniões de ministros nas quais Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) fazia notas sobre os encontros. “Eles tinham constantemente reuniões com grupos dentro da Presidência. Tinham um assessoramento paralelo”, apontou.
Segundo Mandetta, Bolsonaro sabia das projeções sobre 180 mil mortos pela Covid-19 no fim do ano. “Alertei sistematicamente, mostrei as projeções”, pontuou.
A sessão teve início por volta das 10h20. Um novo bate-boca entre os senadores, no entanto, atrasou o início do depoimento de Luiz Henrique Mandetta, o primeiro a responder às perguntas do colegiado.
O vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e o líder do Centrão, senador Ciro Nogueira (PP-PI), discutiram sobre o andamento dos trabalhos.
Randolfe criticava as questões de ordem para atrasar o início da sessão, interpeladas pelos senadores da base aliada do governo federal, quando foi interrompido por Ciro.