Mais de 490 presos do AC fazem trabalhos externos em programa de ressocialização e remição de pena

Foto: Reprodução

Um balanço do Instituto de Administração Penitenciário do Acre (Iapen) mostra que em todo o sistema prisional do estado são 1.134 presos que trabalham em diversas atividades dentro das penitenciárias do estado e outros 494 que podem deixar os locais onde cumprem as sentenças para exercer uma profissão.


Comportamento, tempo de pena e aptidão, são alguns dos critérios estabelecidos para que os presos possam participar do programa de remição de pena. Cada três dias trabalhados garantem um dia a menos na pena.


Desde o início do ano, o Francisco de Sousa trabalha na marcenaria do Iapen no polo moveleiro do Distrito Industrial de Rio Branco. Ele garante que teve a oportunidade de começar a exercer uma nova profissão e fazer novos planos para um futuro completamente diferente do que vive atualmente.


“Eu acredito que me deram um voto de confiança, me deram essa oportunidade, eu achei muito bom porque aprendi muita coisa aqui dentro. Sou marceneiro profissional, através do meu sofrimento eu consegui essa oportunidade e eu sou muito grato pelo pessoal do Iapen, pela direção por ter me dado essa chance de estar aqui hoje. Não pretendo mais voltar para a vida que eu tinha antes e me considero pronto para voltar para a sociedade”, diz.


Ao todo, são 17 reeducandos que trabalham na marcenaria fazendo móveis, portas, janelas e outros produtos que são utilizados pelo próprio sistema prisional, mas as também são atendidos pedidos de fora com preços abaixo do mercado. Anexo ao local funciona ainda uma oficina de lanternagem onde dois presos também trabalham.


Há cinco meses, o Cláudio Peres trabalha aqui na oficina de segunda a sexta-feira, das 7h às 16h. A profissão de pintor de veículos ele já dominava e pro futuro ele tem muitos planos.


“Em vez de a gente estar ali o dia todinho preso, pensando besteira, estamos aqui trabalhando, diminuindo pena, isso é muito importante. Pessoas estão aprendendo também, tem pessoas comigo aprendendo que não tem nenhum tipo de profissão e que estão sonhando em, quando sair daqui, ter uma profissão e mudar de vida. Tem gente que está preso porque não teve oportunidade de ter uma profissão. Pretendo montar uma empresa de pintura, ser pintor lá fora, e continuar minha vida junto com a minha família, em nome de Jesus Cristo, vai dar certo, em breve tô saindo desse lugar”, espera.


O presidente do Iapen, Arlenilson Cunha, diz que esse é um projeto que pretende proporcionar uma alternativa para que os presos saiam da vida do crime e possam ser reintegrados à sociedade.


“Essa é uma finalidade do sistema penitenciário; devolver esse indivíduo ao convívio social e o Iapen vem fomentando essas atividades, desde das pequenas manutenções dentro das unidades prisionais, bem como fora no ambiente externo. Nós podemos destacar que tivemos pelo menos 20 presos que atuaram diretamente na construção do hospital de campanha, no auxílio da ampliação do hospital do Into [Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia do Acre] e também auxiliam na questão de roçagem, é de grande relevância, primeiro pela ocupação e agora trabalhando qualificação e profissionalização desses apenados do estado”, pontua.


Francisco de Sousa finaliza dizendo que essa é uma oportunidade de mudar de vida.


“No meu futuro, pretendo sair daqui, voltar a estudar e dar uma vida melhor para os meus filhos, para minha esposa, que, apesar de estarmos um tempo sem nos ver, é uma pessoa muito importante na minha vida, mas vai dar tudo certo, tenho fé em Deus que vai”, finaliza.


Presos dizem que sonham em mudar de vida  — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre

Presos dizem que sonham em mudar de vida — Foto: Reprodução


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