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Jacarezinho: oito dos 28 mortos foram baleados em cinco casas da favela

Na ação, o tiroteio que teve mais vítimas aconteceu na Rua do Areal, no coração do Jacarezinho, onde a maior parte dos confrontos aconteceu

Oito das 28 pessoas mortas durante a operação da Polícia Civil no Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, na quinta-feira passada, foram baleadas dentro de cinco casas espalhadas pela favela. Os dados estão nos registros de ocorrências sobre os homicídios elaborados na Delegacia de Homicídios (DH). Uma análise feita pelo EXTRA nos documentos revela que os homicídios aconteceram em dez pontos diferentes da favela, entre 6h e meio-dia. Ao todo, 27 policiais lotados em cinco delegacias estiveram envolvidos nas mortes, e todas as vítimas foram retiradas das cenas de crime e levadas para hospitais, prejudicando a perícia. Entre os mortos está o policial civil André Frias, baleado perto das 6h num confronto num beco, além de 27 homens apontados como traficantes pela polícia. Entidades de direitos humanos classificaram a operação como um massacre.


Os policiais civis não tinham mandado de busca para entrar nos imóveis. Segundo o relato dos policiais, uma das casas que virou cena de crime havia sido invadida por um traficante em fuga, que foi baleado no pé durante confronto, por volta das 8h30. Os agentes seguiram o rastro de sangue e invadiram o imóvel. No relato, o agente afirma que, dentro da casa, o homem “permaneceu atirando contra os policiais e, posteriormente, jogou uma granada”. Um dos agentes, então, atirou no homem. Os policiais afirmaram, na delegacia, terem apreendido uma pistola e uma granada. Moradores da comunidade afirmam que o homicídio aconteceu no quarto de uma criança de 9 anos, que chegou a escutar os tiros.


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