Ao menos 23 pessoas morreram e 70 ficaram feridas na noite desta segunda-feira (3), após um viaduto de 12 metros de altura por onde passava um trem do metrô da Cidade do México desabar em uma das vias mais movimentadas da capital mexicana.
Os números foram confirmados pela prefeita Claudia Sheinbaum, que também disse haver menores de idade entre as vítimas e contabilizou ao menos sete feridos em estado grave. Muitas das pessoas envolvidas no incidente, segundo ela, conseguiram deixar os destroços por conta própria.
Os trabalhos de resgate foram interrompidos pouco depois de começarem devido ao risco de que mais partes do trem e do viaduto desabassem. De acordo com a prefeita, a estrutura da estação de Olivos, na linha 12 do metrô da capital mexicana, é muito fraca.
A área do acidente foi isolada por policiais e soldados da Guarda Nacional, e um guindaste foi enviado para estabilizar os dois vagões pendurados e permitir a retomada das buscas por mais sobreviventes.
Ricardo de la Torre, que mora próximo ao local do acidente, contou à agência de notícias AFP que a passagem do trem costuma gerar forte vibração nas casas. “Realmente, pelas manhãs, quando os trens começam a entrar em movimento, dá para sentir [a vibração] nas casas. Por esse simples fato sabemos que essa construção está ruim”, disse.
No local, um homem esperava notícias de seu irmão, que, segundo ele, estava preso em um dos vagões. “Ele veio com a mulher dele, e eles conseguiram tirá-la, mas ele ficou preso. A verdade é que a gente não sabe de nada, eles não nos informam. Quem sabe quanto tempo [vai demorar] para que o resgatem?”
Uma pessoa chegou a ficar presa em um carro sob os escombros do viaduto, mas conseguiu sair com vida. Os feridos foram transferidos para diversos hospitais da cidade, e as autoridades trabalham para identificar os mortos. Vídeos publicados pela imprensa local e nas redes sociais mostram equipes médicas de emergência e bombeiros vasculhando os destroços em busca de sobreviventes.
“De repente, vi que a estrutura estava tremendo. Não passou nem um minuto que o metrô caiu e muita poeira começou a subir”, disse uma testemunha não identificada à emissora local Televisa. “Quando a poeira baixou, a gente correu para ver se dava para ajudar. Ninguém gritou, não sei se ficaram em choque. Algumas pessoas conseguiram entrar e tiraram as que estavam por cima. Outras estavam empilhadas.”
O metrô da Cidade do México, inaugurado em 1969, é um dos principais meios de transporte da capital e de sua região metropolitana, onde vivem cerca de 20 milhões de pessoas.
A linha 12 foi inaugurada em 2012, quando o atual ministro das Relações Exteriores, Marcelo Ebrard, era prefeito da Cidade do México.
“O que aconteceu hoje com o metrô é uma tragédia terrível. Minha solidariedade às vítimas e às suas famílias”, escreveu Ebrard no Twitter. “As causas devem ser apuradas, e as responsabilidades, definidas. Reitero que estou à disposição das autoridades para ajudar no que for necessário”.
Este é o segundo acidente registrado no metrô da capital mexicana neste ano. Em janeiro, um incêndio deixou uma pessoa morta e 29 hospitalizadas. Em março de 2020, dois trens colidiram dentro de uma estação, deixando um morto e 41 feridos.