Como comprovar comorbidades para se vacinar contra a Covid-19 no Brasil

Etapa iniciada em maio prevê aplicação de doses em 17,8 milhões de brasileiros que devem apresentar exames e receitas médicas no momento da vacinação

Com o avanço da vacinação de pessoas com 60 anos ou mais contra a Covid-19, indivíduos com comorbidades agora são os próximos da fila no Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde. Desde o início de maio alguns estados já estão convocando pessoas que possuem pelo menos um dos 22 tipos de comorbidades descritos pela pasta, que inclui hipertensão arterial, doenças cardíacas e diabetes.


A imunização no Brasil entra agora na categoria com a maior população dentre as estimadas por cada um dos grupos prioritários. Segundo o Ministério da Saúde, aproximadamente 17,8 milhões de pessoas devem ser vacinadas nas próximas semanas. A orientação é que cada estado determine a ordem de imunização de acordo com a idade, começando por pessoas de 55 a 59 anos, depois de 50 a 54 anos, até chegar na faixa dos 18 anos.


Para ter a comorbidade confirmada, é importante que as pessoas estejam pré-cadastradas no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI) ou em alguma unidade do SUS. Caso contrário, a comorbidade deve ser comprovada no momento da vacinação através de um comprovante médico, como exames, receitas, prescrição ou relatório.


Epicentro da Covid-19 no país


Com mais de 3 milhões de casos da doença e ultrapassando 100 mil mortes confirmadas, o estado de São Paulo aplicará, a partir desta segunda-feira (10), as primeiras doses do grupo em quem tem Síndrome de Down, pacientes que fazem hemodiálise e transplantados que utilizam imunossupressores.


Na terça-feira (11), é a vez de gestantes ou puérperas (que pariram há até 45 dias) adultas com comorbidades e pessoas entre 55 e 59 anos com deficiência permanente serem vacinadas. Estas últimas devem apresentar o comprovante do Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC).


Pessoas de 55 a 59 anos com as demais comorbidades serão imunizadas a partir de quarta-feira (12). Já na sexta (14), o governo estadual promete iniciar a vacinação de indivíduos de 50 a 54 anos com comorbidades. A expectativa é que nas próximas semanas mais de 1,7 milhão de habitantes de São Paulo sejam contemplados com a primeira dose.


A instrução para atestar as comorbidades em São Paulo segue a pasta federal: é necessário apresentar comprovante da condição de risco. Para transplantados, a Secretaria de Saúde de SP recomenda que também seja mostrada a receita médica do remédio imunossupressor no posto de vacinação.


Confira abaixo a relação de comorbidades incluídas pelo Ministério da Saúde neste grupo prioritário — disponível, com detalhes, na página 27 do “Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19”:
– Doenças cardiovasculares;
– Insuficiência cardíaca;
– Cor-pulmonale (alteração no ventrículo direito) e hipertensão pulmonar;
– Cardiopatia hipertensiva;
– Síndromes coronarianas;
– Valvopatias;
– Miocardiopatias e pericardiopatias;
– Doença da aorta, dos grandes vasos e fístulas arteriovenosas;
– Arritmias cardíacas;
– Cardiopatias congênitas no adulto;
– Próteses valvares e dispositivos cardíacos implantados;
– Diabetes mellitus;
– Pneumopatias crônicas graves;
– Hipertensão arterial resistente (HAR);
– Hipertensão arterial – estágio 3;
– Hipertensão arterial – estágios 1 e 2 com lesão em órgão-alvo;
– Doença cerebrovascular;
– Doença renal crônica;
– Imunossuprimidos (transplantados; pessoas vivendo com HIV; doenças reumáticas em uso de corticoides; pessoas com câncer);
– Anemia falciforme e talassemia maior;
– Obesidade mórbida;
– Cirrose hepática.


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