O vice-governador Major Rocha (PSL), voltou à carga na manhã desta quinta-feira (22). Em vídeo postado em seu Facebook, Rocha pontua divergências entre o discurso e a prática a respeito da instalação da CPI da Educação, em tramitação na Assembleia Legislativa.
Veja o que disse o vice-governador
A articulação dos deputados estaduais independentes e os de oposição para o início de uma CPI sobre os contratos da educação e que pode desembocar na investigação nos contratos de outras secretarias deixou o chefe do Executivo, Gladson Cameli, muito preocupado.
O anúncio em alguns sites de que seria a favor não passa de um engodo quando avaliamos alguns pontos contraditórios nesse processo.
Em primeiro lugar, membros do executivo, a pedido de Cameli, estão pressionando os deputados a retirarem suas assinaturas, até alguns jornalistas foram usados para manobrar com os parlamentares. Como estariam a favor de uma CPI?
Segundo. Quando o governo deseja fazer estender a CPI para os contratos até anos 90, na prática, se percebe uma chantagem para calar os deputados de oposição. Gladson esquece que muitas das obras realizadas pelos governos petistas foram realizadas por empresas de sua família. Esquece também que quando assumimos esse governo, tínhamos esse compromisso com a população, de auditar todas as contas do governo anterior e, até hoje, o chefe da caneta azul nada fez. Seria sobre isso que falaria com Tião Viana ao pedir conselho como fez questão de falar publicamente que mantém ligações para ex gestores do cargo que ocupa? Que seja feita CPI do ano que quiser, sou favorável, mas antes se deve passar a limpo o que vem acontecendo no governo atual a fim de se parar qualquer sangria que esteja acontecendo.
Terceiro, se Gladson Cameli é favorável a CPI, se pronuncie publicamente a favor e determine a sua base na ALEAC que todos assinem. O executivo tem maioria já Casa Legislativa, seria muito fácil observar a questão. Mas se for fazer isso, temos que observar como tudo se dará na prática, honrar a palavra não é o forte do atual gestor.
Quando iniciei as denúncias em 2019, após demoradas conversas com Gladson e com os chefes da pasta da educação, ao invés de ter minha preocupação atendida, fui tratado como adversário, a caneta azul foi usada para exonerar as pessoas que nos ajudaram a chegar onde chegamos, sobretudo, aqueles que estavam em meu gabinete, a retaliação foi a resposta daquele que tem a caneta Bic na mão. Apesar de tudo, estou firme nos meus questionamentos e as operações policiais disseram que eu estava certo. Por outro lado, estranhamente, é lamentável ver que duas das três pessoas que foram presas nas operações (Márcio Mourão e Javã) continuam recebendo gratificação e outra, se quer, foi exonerada, Márcio recebe mais de 13 mil reais, Javã mais de 10 mil e teve aceito o pedido de cessão da prefeitura para trabalhar por mais um ano no governo do estado. Estaria Gladson Cameli protegendo essas pessoas que usaram tornozeleira eletrônica? Pessoas já indicadas pelo Ministério Público, que tiveram recomendações de exonerações feitas pela equipe de auditoria solicitada pelo próprio governador, mas continuam a exercer suas funções como se nada tivesse acontecido. Mauro Sérgio até hoje continua no cargo mesmo sendo jogado no olho do furacão por depoimentos de pessoas que trabalharam na secretaria de educação. O Gladson esconde? Por que ele protege tanto? Fiquemos com a reflexão.