“Esta infeliz matou meu filho. Meu filhinho deve ter sofrido muito”, disse Leniel, em entrevista ao portal G1. Monique e Jairinho foram presos na manhã desta quinta-feira (8/4), por investigadores da 16ª DP (Barra da Tijuca), da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Leniel chegou a afirmar que estava passando mal. Na madrugada desta quinta, o pai do menino publicou, no Instagram, um vídeo em homenagem ao filho, que foi morto há 1 mês.
“Henry, 30 dias desde que te dei o último abraço. Nunca vou esquecer de cada minuto do nosso último fim de semana juntos. Deixar você bem, cheio de vida, com todos os sonhos e vontades de uma criança inocente. Desculpe o papai por não ter feito mais, lutado mais e protegido você muito mais. Confiamos que Deus fará sobressair a tua justiça como a luz, e o teu juízo como o meio-dia”, escreveu.
Veja a publicação:
Prisão
Os mandados de prisão temporária, de 30 dias, contra Monique e Dr. Jairinho foram expedidos pelo 2º Tribunal do Júri da Capital. O casal é suspeito de atrapalhar as investigações, ameaçar e combinar versões de testemunhas.
Após investigações, a polícia concluiu que Jairinho teria torturado o garoto ao menos uma vez. O político agredia o menino com chutes e pancadas na cabeça.
A mãe de Henry sabia das agressões, apontam as diligências. No dia 12 de fevereiro, Monique teria chegado a casa e percebido que Dr. Jairinho estava trancado no quarto com o enteado.
Entenda o caso
Henry Borel Medeiros morreu no dia 8 de março, ao dar entrada em um hospital da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Segundo o pai do garoto, Leniel Borel, ele e o filho passaram, normalmente, o fim de semana juntos.
Por volta das 19h do dia 7, o engenheiro o levou de volta para a casa da mãe do menino, Monique Medeiros da Costa e Silva de Almeida. Ela mora com o vereador e médico Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade).
Ainda segundo o pai de Henry, por volta das 4h30 do dia 8, ele recebeu uma ligação de Monique falando que estava levando o filho para o hospital, porque o menino apresentava dificuldades para respirar.
Leniel afirma que viu os médicos tentando reanimar o pequeno Henry, sem sucesso. O garotinho morreu às 5h42, conforme registro policial registrado pelo pai da criança.
Segundo depoimentos prestados por Monique e Jairinho na 16ª DP, eles assistiam a uma série na televisão, quando, por volta das 3h30, encontraram Henry caído no chão, com mãos e pés gelados e olhos revirados. Ambos alegam acidente doméstico.
Laudo mostra lesões graves
O laudo de exame de necropsia no corpo de Henry foi o principal ponto de partida para a investigação sobre a morte do menino de 4 anos.
Assinado pelo perito Leonardo Huber Tauil do Instituto Médico-Legal (IML), o documento, ao qual o Metrópoles teve acesso, revela que o garoto morreu por hemorragia interna, laceração hepática por ação contundente, como socos e pontapés.
Foram identificadas múltiplas lesões nos rins, pulmões, nas costas e na cabeça. Depois de ouvir 17 testemunhas, a Polícia Civil do Rio de Janeiro conta ainda com uma força-tarefa com peritos que ainda está debruçada em analisar 11 celulares e três computadores, apreendidos no último dia 26, de Monique, Jairinho e do pai de Henry, Leniel Borel.
Investigadores tentam recuperar mensagens apagadas dos celulares do casal, que teriam sido apagadas na noite da morte da criança.