A jovem Sayonara Simão deu entrada no hospital em trabalho de parto, mas acabou perdendo o filho durante o parto. Acreditando se tratar de negligência médica, a família procurou a Polícia Civil para registrar um boletim de ocorrências.
A Polícia Civil indiciou quatro médicos e quatro enfermeiros do Hospital Santa Juliana pelo crime de aborto sem o consentimento da gestante
“Nós concluímos que houve a infração penal, o aborto provado por terceiros, e por isso, pedimos o indiciamento de quatro médicos e quatro enfermeiros que foram responsáveis por esse atendimento no hospital”, explicou o delegado Judson Barros ao site A Gazeta.Net.
Durante as investigações, 21 pessoas que de alguma forma tiveram contato com essa paciente no hospital. foram ouvidas. Foi aberta ainda uma sindicância no Conselho Regional de Medicina do Acre, no qual avaliou que não houve nenhuma imprudência médica.
“Mesmo assim, por causa de outros fatores nós optamos pelo indiciamento dos respectivos profissionais de saúde”, destacou o delegado.
A paciente chegou ao hospital pela manhã, foi atendida por uma equipe médica que constatou que o bebê e a mãe estavam em plenas condições de saúde. Às 16 horas ela foi induzida ao parto com um medicamento chamado misoprostol e a partir daí vieram às complicações médicas.
“Depois das 22 horas, a mãe foi submetida a uma cirurgia para retirada do bebê que já estava morto no útero. É o que consta nas declarações de médicos e enfermeiros, e no próprio prontuário da paciente”, afirmou Judson Barros.
Nesta terça-feira (27), o delegado encaminhou o processo ao judiciário acreano para abrir vistas ao Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), que, o quanto antes, deve oferecer a denúncia para iniciar a ação penal. Agora tudo depende do entendimento do MPAC, se deve ou não virar um processo criminal.