Jovem perde pai, mãe e avô para a Covid em duas semanas: ‘Avalanche’

Ryan Lucatto, de 20 anos, e o irmão, de 10 anos, de Jundiaí (SP), foram acolhidos pelos tios


Um jovem de Jundiaí (SP) viveu um dos piores momentos de sua vida no mês de março: o pai, a mãe e o avô dele morreram de Covid-19 em duas semanas.

Ao G1, Ryan Henrique Nogueira Lucatto, de 20 anos, conta que todos os membros da família pegaram a doença e, em alguns parentes, ela se agravou bruscamente de um dia para o outro.


O pai dele, Ecio Nogueira Lucatto, de 42 anos, precisou ser internado no início do mês devido às complicações da Covid. Ryan relata que ele sentia muita falta de ar e fraqueza.

Enquanto estava internado, Ecio chegou a fazer uma chamada de vídeo com a família pedindo desculpas por não ter acreditado na gravidade doença. No dia 15 de março, uma segunda-feira, ele foi intubado e acabou morrendo durante a noite.


Pais de Ryan, Ecio e Fernanda, em dezembro de 2020 — Foto: Arquivo pessoal
Pais de Ryan, Ecio e Fernanda, em dezembro de 2020 — Foto: Arquivo pessoal
O avô de Ryan foi a segunda vítima da família. Luis, de 67 anos, foi internado e ficou intubado durante dois dias, mas veio a óbito na mesma semana em que Ecio morreu.

A mãe do jovem, Fernanda Monica de Sousa Lucatto, de 43 anos, também contraiu o coronavírus, mas permanecia estável em relação aos sintomas até então. Segundo o filho, ela piorou de um dia para o outro.


Ryan conta que, quando Fernanda estava na UTI, os médicos permitiram que ele fosse visitá-la para se despedir. A mãe morreu no dia seguinte à visita, 26 de março.


“Os médicos e enfermeiras pediam socorros com os olhos, todos com olhar de tristeza, todos da UTI estão exaustos. Tenha uma imensa gratidão por todos, mas, quando a avalanche chega, leva tudo e já é tarde demais”, comenta.


Apoio e carinho

 


Ryan Lucatto, de 20 anos, e o irmão, de 10 anos, foram acolhidos pelos tios — Foto: Arquivo pessoal
Ryan Lucatto, de 20 anos, e o irmão, de 10 anos, foram acolhidos pelos tios — Foto: Arquivo pessoal

Após a tragédia, Ryan e o irmão foram acolhidos como “filhos” pelos tios, que estão dando todo o suporte que os dois necessitam nesse momento.


Além disso, vizinhos, amigos da família e alguns moradores da cidade se mobilizaram e também estão ajudando os irmãos com campanhas, doações e muito carinho.


“Hoje, eu estou agindo mais pela razão, não pela emoção. Não tenho nem como agradecer”, finaliza Ryan.


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