Um morador de Rio Branco foi alvo de um estelionato durante a venda de um caminhão e perdeu o veículo, no valor de R$ 66 mil. O criminoso se passou pelo vereador Emerson Jarude (MDB) para aplicar o golpe no trabalhador, que, segundo informações, seria eleitor do parlamentar.
O bandido vem usando um número de telefone (68-99915-9393) com o nome e a foto do parlamentar há semanas e, mesmo após denúncia, a polícia ainda não agiu para impedi-lo.
A falcatrua teve ainda uma segunda vítima, a que pagou o preço do veículo ao estelionatário, que agiu como intermediário da compra. Ela recebeu o caminhão sem prejuízos, porém, quando for comprovada a fraude, provavelmente terá de devolvê-lo e passará a ser a maior prejudicada.
Esse tipo de esquema geralmente funciona da seguinte maneira: um vendedor anuncia o produto em sites de compra e venda e os criminosos clonam o anúncio, mudando o número de telefone para contato e ficando à espera das vítimas.
Quando alguém se interessa pela oferta clonada, os bandidos passam a intermediar a transação, se passando como comprador para o vendedor e como vendedor para o comprador. Nesse caso, o vereador Emerson Jarude foi usado na trama como suposto comprador do veículo.
Ambas as vítimas tratam o tempo inteiro com os criminosos e, caso cheguem a se ver, o contato acontece somente no ato da entrega do produto, quando o valor já foi subtraído da conta do comprador.
Nesses casos, a vítima vendedora geralmente recebe um comprovante de transferência fraudado e, por acreditar na enganação, passa o produto para frente, até perceber que o dinheiro nunca vai cair na conta.
O ContilNet conseguiu com exclusividade um comprovante que atestaria a transferência do preço do caminhão, R$ 66 mil, de uma conta no nome do vereador Jarude para o dono do veículo. O dinheiro foi obtido por meio do comprador verdadeiro e nem chegou a sair da conta dos criminosos.
À reportagem, o vereador lamentou o uso de seu nome para o ato ilícito e afirmou que vai processar o banco Santander por ter possibilitado a abertura de uma conta em seu nome por terceiros. Além disso, disse que o crime poderia ter sido evitado caso a polícia tivesse agido após denúncia que fez há cerca de 15 dias.