A derrubada se concentrou sobretudo no Pará, com 35% do total, seguido por Mato Grosso (25%), Amazonas (12%), Rondônia (11%), Roraima (8%), Maranhão (6%), Acre (2%) e Tocantins (1%)
Às vésperas da cúpula climática convocada pelos Estados Unidos, o Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) divulgou que a floresta registrou o maior desmatamento para o mês de março nos últimos 10 anos.
De acordo com boletim divulgado nesta segunda-feira (19), a destruição na Amazônia Legal totalizou 810 quilômetros quadrados no mês passado, um aumento de 216% em relação a março de 2020.
A derrubada se concentrou sobretudo no Pará, com 35% do total, seguido por Mato Grosso (25%), Amazonas (12%), Rondônia (11%), Roraima (8%), Maranhão (6%), Acre (2%) e Tocantins (1%).
“O acumulado de janeiro a março em 2021 (1.185 quilômetros quadrados) também apresenta recorde de desmatamento: o total desmatado é o maior da série de 10 anos, mais do que o dobro do registrado em 2020”, diz o Imazon, que utiliza uma ferramenta de monitoramento baseada em imagens de satélites e chamada SAD (Sistema de Alerta de Desmatamento).
Já a degradação na Amazônia, que mede o “distúrbio parcial provocado pela extração de madeira ou por incêndios”, totalizou 64 quilômetros quadrados em março, crescimento de 156% em relação ao mesmo período de 2019.
O relatório chega em meio às negociações entre os governos de Brasil e Estados Unidos para um financiamento bilionário contra a devastação da Amazônia.
Em carta a seu homólogo Joe Biden, o presidente Jair Bolsonaro se comprometeu a zerar o desmatamento ilegal até 2030, mas o enviado especial dos EUA para o clima, John Kerry, cobrou “ações imediatas” e “engajamento com a população indígena e a sociedade civil” para que a promessa se transforme em “resultados concretos”.
A proteção da Amazônia deve ser tema da cúpula de líderes convocada por Biden para discutir a crise climática, em 22 e 23 de abril.