Na conversa vazada, Paulo Cezar Rocha dos Santos, explica que estão na operação de busca pelos criminosos que fizeram um arrastão na Transacreana e mataram um pastor evangélico, militares do CIOPAER (Centro Integrado de Operações Aéreas), Policiais Penais, Policiais Civis e também da PM. “É uma operação que envolve as três policiais estaduais e mais o órgão de operação aérea. Esse vitimíssimo da PM é muito complicado, essa necessidade de tá sempre na defesa. É uma operação conjunta, e é isso que eles têm que entender, isso é falta de maturidade profissional”, diz Paulo Cezar.
Em um outro trecho da conversa, o secretário de segurança pública, que é coronel da reserva da PM, critica oficiais da Polícia Militar. “Eu até admito de um major, que não teve uma formação inicial adequada, mas quando vejo comandantes, coronéis participando desse tipo de debate é complicado. Percebe-se que o capital intelectual da instituição está fragilizado e isso acaba afetando a inteligência emocional dos integrantes do Estado Maior”, diz.
A reportagem procurou Paulo Cézar, que confirmou se tratar de um áudio feito por ele, mas criticou a divulgação. “Eu passei esse áudio para um oficial superior da PM e vou mandar investigar isso, era uma conversa interna e alguém está me clonando, me gravando. Eu fico muito infeliz disso ter se tornado público e vou tomar minhas providências, já que estão me gravando”, afirmou.
O comandante da Polícia Militar do Acre, Paulo César Gomes da Silva, também foi procurado pela reportagem. O coronel disse lamentar a opinião do secretário. “Não há vitimismo na Polícia Militar do Acre. Me estranha uma fala dessas, já que o secretário também é PM, e sinceramente eu não entendo. Todos os oficiais são concursados, passaram três anos de formação, fizeram especialização fora. Talvez o secretário tenha esquecido que ao contrário dele que veio do Exército e fez um estágio de 6 meses e virou oficial”, diz o comandante da PM acreana.