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Um ano de Covid-19: quais lições foram realmente aprendidas?

Foto: Reprodução

Ariel Faria Junior, 33 anos, é um dos casos de reinfecção da Covid-19. Mesmo com hipertensão, a primeira vez em que foi infectado, em junho, apesar do mal estar provocado pelo novo coronavírus, não precisou de internação. Já em janeiro, após perder o pai para a doença, Ariel teve 75% do pulmão comprometido e ficou 17 dias intubado na unidade de terapia intensiva do Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba (PR). Após 37 dias de internação, teve alta hospitalar e agora precisa de fisioterapia para fortalecer o pulmão.


Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) sugere que 70% dos casos do novo pico da Covid-19 no Paraná sejam relativos à nova variante P.1. Ela se mostra mais contagiosa e agressiva do que as variantes encontradas anteriormente no estado.  “Nós sabemos que as reinfecções virais acontecem quando a imunidade celular é insuficiente ou de curta duração. Ainda não foi elucidada a duração da proteção contra a reinfecção causada pela Covid-19. Por isso, uma das preocupações dos pesquisadores é a possibilidade das infecções assintomáticas não fornecerem imunidade protetora de longo prazo”, explica a infectologista do Hospital Marcelino Champagnat, Camila Ahrens.


Os casos de reinfecção e as novas cepas devem ser os principais desafios nesse segundo ano de pandemia. O Paraná, por exemplo, é o estado com maior número de variantes da Região Sul. E isso pode explicar o aumento de casos no estado no primeiro trimestre de 2021.


Descobertas


Nesse último ano, profissionais de saúde, hospitais e toda a cadeia envolvida no setor da saúde vivem uma rotina de descobertas, tristezas e conquistas. Muito se aprendeu sobre o novo coronavírus, mas também sobre a força e a capacidade de adaptação dessa área vital. Os procedimentos de cuidado foram modificados e adaptados à medida que as pesquisas avançavam. E os achados só poderiam ter relevância com a integração do estudo, da prática e de profissionais de todas as áreas na recuperação dos pacientes.


“Não trabalhamos sozinhos e não temos como cuidar de um paciente sem total afinidade entre todos os membros da equipe. É preciso que médico, enfermeiro, fisioterapeuta, fonoaudiólogo e nutricionista estejam alinhados e trabalhando para que o paciente possa sair bem do hospital. Esse foi o nosso maior aprendizado”, ressalta a cardiologista e coordenadora médica da qualidade do Hospital Marcelino Champagnat, Camila Hartamnn. “O aumento da carga horária de trabalho e a complexidade dos pacientes atendidos foram outras dificuldades. É uma situação que um profissional aguenta por um ou dois meses. Por um ano, só com muito suporte e trabalho em equipe”, frisa.


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