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Rio Iaco sai da cota de transbordo, mas mais de 1,3 mil pessoas continuam em abrigos em Sena Madureira

Foto: Arquivo/Semsur

O nível do Rio Iaco continua baixando em Sena Madureira, no interior do Acre, e saiu da cota de transbordo, que é de 15,20 metros. Mesmo com a baixa das águas, ainda há mais de 1,3 mil pessoas em abrigos montados pela prefeitura da cidade. Ao todo, ainda são 328 famílias desabrigadas.


O manancial, que chegou a 18,35 metros no último dia 21 de fevereiro, marcou 14,20 metros nesta sexta-feira (5) e ainda está com 20 centímetros da cota de alerta (14 metros).


A cheia do rio chegou a atingir mais de 27,6 mil pessoas do município. Essa é a maior cheia desde 1997, quando rio marcou 19,40 metros. Segundo dados da Secretaria de Assistência Social, a cidade ainda tem 42 abrigos ativos entre escolas, quadras esportivas e prédios públicos.


Toneladas de entulho

O secretário Municipal de Serviços Urbanos da (Semsur) na cidade, Jeocundo César, informou que os trabalhos de limpeza da cidade iniciaram no último dia 23, depois que o rio começou a apresentar vazante.


De lá até essa quinta (4), foram retiradas mais de mil toneladas de entulho das ruas. Ele disse que em pelo menos 70% da cidade foi retirado o lixo mais “grosso” e que também está sendo feita a lavagem de ruas, por conta do mau cheiro após a vazante.


“Pedimos até um caminhão pipa com capacidade de 18 mil litros de água porque, com a baixa das águas, fica sempre o mau cheiro e a sujeira na cidade. Já estamos com mais de mil toneladas de lixo retiradas. Do lixo grosso mesmo já retiramos em torno de 70%, agora estamos também lavando as ruas, tirando excesso nas laterais”, disse o secretário.


Situação de emergência

Diante da situação da enchente, o prefeito da cidade, Mazinho Serafim, declarou, no último dia 17 de fevereiro, situação de emergência por 180 dias.


Nesse período, de acordo com o documento, fica autorizada a mobilização de todos os órgãos municipais para atuarem nas ações de resposta ao desastre. Essas ações vão ser coordenadas pela Defesa Civil e Gabinete de Crise.


Também fica autorizada a convocação de voluntários para reforçar as ações e para a realização de campanhas de arrecadação de recursos e doações, com o objetivo de facilitar a assistência à população afetada.


As autoridades http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistrativas e os agentes de defesa civil, diretamente responsáveis pelas ações, em caso de risco iminente, estão liberados a:


  • Adentrar nos imóveis, para prestar socorro ou para determinar a pronta evacuação;
  • Usar de propriedade particular, no caso de iminente perigo público, assegurada ao proprietário indenização, se houver dano.

    O decreto libera ainda o início de processos de desapropriação, por utilidade pública, de propriedades particulares comprovadamente localizadas em áreas de risco.


    Por fim, estão dispensadas as licitações de contratos de aquisição de bens e de prestação de serviços e de obras relacionadas com a reabilitação dos cenários dos desastres, desde que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 dias.


    Calamidade pública

    O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) reconheceu no último dia 22, em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), estado de calamidade pública em 10 cidades do Acre atingidas por inundações causadas pela cheia dos rios no estado.


    Os municípios de Rio Branco, Sena Madureira, Santa Rosa do Purus, Feijó, Tarauacá, Jordão, Cruzeiro do Sul, Porto Walter, Mâncio Lima e Rodrigues Alves enfrentam dificuldades com parte da população desabrigada (encaminhada para abrigos) e desalojada (levada para casa de parentes).


    O governador do Acre, Gladson Cameli, havia decretado calamidade em uma edição extra do Diário Oficial do estado (DOE) também no dia 22. A cheia dos rios chegou a atingir mais de 130 mil pessoas no Acre.


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