O nível do Rio Acre continua em vazante (quando as águas baixam) em Rio Branco e nas últimas 24 horas baixou 85 centímetros. De acordo com a Defesa Civil Municipal, o manancial marcou 8,28 metros na medição das 6h desta segunda-feira (8). Com isso, o rio está com mais de cinco metros abaixo da cota de alerta, 13,50 metros.
Mesmo com a vazante, ao menos 240 pessoas atingidas pela cheia ainda estão nos abrigos montados pela prefeitura da capital. Ao todo, a cidade tem seis abrigos, sendo o Parque de Exposições, quatro em escolas e uma igreja.
O coordenador da Defesa Civil Municipal, major Cláudio Falcão, informou que o órgão analisa a possibilidade de retorno das famílias para suas casas ainda esta semana e que uma reunião ainda nesta segunda deve decidir os próximos passos.
“Hoje vamos ter uma reunião com o prefeito, pessoal da ação social e com a equipe que tem atuado já para colocar essa situação e a gente poder ter o plano. Além disso, vamos fazer uma análise climatológica para poder ter um parâmetro e levar essas famílias de volta com segurança. Permanecendo a situação com está, em vazante, vamos levá-los [desabrigados] de volta essa semana ainda. A ideia é começar a preparar as casas, com mutirão de limpeza na terça [9], para poder na quarta [10] voltar com eles”, disse o major.
A estimativa é que cerca de 19 mil pessoas estejam atingidas pela enchente do Rio Acre, entre moradores dos bairros alagados da zona urbana e das localidades rurais da capital. Desse total de atingidos, cerca de 961 famílias são da zona rural de Rio Branco.
Calamidade pública
O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) reconheceu no último dia 22, em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), estado de calamidade pública em 10 cidades do Acre atingidas por inundações causadas pela cheia dos rios no estado.
Os municípios de Rio Branco, Sena Madureira, Santa Rosa do Purus, Feijó, Tarauacá, Jordão, Cruzeiro do Sul, Porto Walter, Mâncio Lima e Rodrigues Alves enfrentaram dificuldades com parte da população desabrigada (encaminhada para abrigos) e desalojada (levada para casa de parentes).
O governador do Acre, Gladson Cameli, havia decretado calamidade em uma edição extra do Diário Oficial do estado (DOE) também no dia 22. A cheia dos rios chegou a atingir mais de 130 mil pessoas no Acre.