Núcleo de Zoonoses investiga caso de macacos flagrados agonizando em floresta no Acre

Atenção: imagem forte — Foto: G1

O produtor rural Ruan Vitor, de 30 anos, andava por uma floresta na zona rural de Plácido de Castro, interior do Acre, quando se deparou com um grupo de macacos passando mal, ofegantes e caindo de cima de uma árvore.


Achando que os animais estivessem feridos, o produtor gravou vídeos mostrando os macacos agonizando no chão. As imagens foram feitas no fim de semana e chegaram até o Núcleo de Zoonoses, da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), que enviou uma equipe até a cidade para investigar o caso nesta segunda-feira (15).


Macaco encontrado em floresta de Plácido de Castro foi achado ofegante — Foto: Reprodução

Macaco encontrado em floresta de Plácido de Castro foi achado ofegante — Foto: Reprodução


Ao G1, Ruan Vitor contou que andava na mata com um cachorro, no km 64, quando percebeu um macaco caindo de uma árvore. Ele disse que começou a filmar o animal, porém, outros animais começaram a cair no mesmo local.


“Quando estava embaixo da árvore começaram a cair mais macacos da árvore, lá de cima. Fiquei filmando e os macacos caindo. Fiquei assustado quando vi os macacos caindo e só pensei em sair de perto. Estavam naquela situação que aparece no vídeo, sem ferimento, mas babando e tentando respirar”, relembrou.


Animais vão passar por análise

Para checar a situação, foram enviados três veterinários, sendo dois do Núcleo de Zoonoses do Acre e outro do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf), além de uma bióloga da Sesacre.


Produtor acha macacos agonizando em floresta

Ao chegar na cidade, os profissionais se juntaram a servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da saúde municipal, e Ruan Vitor. O produtor foi até o local com as equipes e encontraram dois macacos ainda agonizando e um já morto.


“Acabei de chegar de lá onde os macacos estavam. Veio uma equipe de Rio Branco e outra de Plácido de Castro e passaram aqui em casa. Recolheram os macacos e foram para Rio Branco. Explicaram que iam fazer necropsia hoje porque está quase em decomposição e não podiam esperar mais”, relatou.


Produtor está isolado em casa

Com medo de ter se infectado com alguma doença, Vitor passou em um igarapé, se lavou e seguiu para casa. Ele contou que enviou os vídeos para alguns familiares e foi alertado que aquilo não era comum. Preocupado, o produtor está isolado em casa sem contato com os demais familiares.


Animais teriam caído das árvores e ficaram agonizando no chão sem ar — Foto: Reprodução

Animais teriam caído das árvores e ficaram agonizando no chão sem ar — Foto: Reprodução


“Tanto a cachorra como eu estamos isolados sem contato com outras pessoas. Estou bastante preocupado com isso, mas não foi imprudência minha ter tocado nos macacos, mas, se for para analisar, a gente que é acostumado a andar no mato não costuma ver esse tipo de coisa. Já imaginei que fosse algo comum. Mas, no momento que percebi que não era comum, me afastei e tendo os devidos cuidados


Animais agonizando

Nas imagens, aparecem dois macacos, que segundo o chefe do Núcleo de Zoonoses, Francisco Euzir da Costa, seriam da espécie Capelão.


O produtor rural se aproxima de um deles, que fica se debatendo entre as folhas. Em alguns momentos, o animal solta um barulho, aparentemente vindo do tórax.


Já em outro vídeo, o produtor levanta um dos animais pela mão e ele abre a boca – que tem um tipo de secreção branca – e solta um grunido. O animal não consegue ficar levantado e cai de lado novamente.


O chefe do Núcleo de Zoonoses acrescentou que ainda não é possível afirmar o que houve com os animais e que os profissionais devem fazer os exames necessários.


“Pode ter sido alguma fonte de água, alguma contaminação. O médico veterinário vai fazer a retirada do material para exames e trazer para o Lacen [Laboratório Central] e, a partir daí, vamos ter algum diagnóstico para saber do que se trata”, frisou Costa.


O G1 também ouviu o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que informou que teve conhecimento do caso e que Ministério da Saúde está investigando. A reportagem entrou em contato com o Ministério da Saúde e aguarda retorno.


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