O nível do Rio Tarauacá, na cidade de mesmo nome, estabilizou nas últimas horas, mas segue acima da cota de transbordo, que é de 9,50 metros. Segundo os com dados da Defesa Civil Municipal, na medição das 9h desta terça-feira (23), o manancial marcou 10 metros.
Nessa segunda, na última medição do dia, às 18h, o manancial estava com 10,04 metros. Com essa estabilidade, a situação continua a mesma, com pelo menos quatro bairros da cidade atingidos pelas águas. Entre eles o Bairro Triangulo, parte do Centro, Senador Pompeu, Bairro das Flores e o entorno da BR-364. Ao menos três mil casas estão atingidas pela nova cheia.
A Defesa Civil considera atingidas pela cheia casas onde a água chegou, desabrigando ou não os moradores. De acordo com o coordenador da Defesa Civil, sargento Marcelo Monteiro, não há registro de famílias desabrigadas ou desalojadas.
Casos de dengue
Em meio à nova enchente , a cidade de Tarauacá enfrenta o alto número de casos de dengue. Segundo boletim epidemiológico divulgado nesta terça-feira (23) pela Secretaria Municipal de Saúde, o município registra 2.425 casos positivos de dengue.
Há ainda mais de 3,5 mil notificações de casos suspeitos da doença. Mais de 3,5 mil moradores da cidade procuraram atendimento ambulatorial depois de apresentarem sintomas parecidos com os da dengue.
Ainda segundo o boletim, a cidade registra sete casos suspeitos de zika vírus e outros 38 suspeitos de chikungunya.
Enchente
A nova enchente na cidade ocorre uma semana após os moradores atingidos pelas águas do manancial na segunda alagação terem voltado para suas casas. Mais de 100 pessoas foram desabrigadas pelas águas no último dia 12.
Com uma população estimada em 43.151 pessoas, de acordo com o Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística (IBGE), a cidade de Tarauacá chegou a ter 28 mil moradores afetados com a enchente do rio no mês passado.
De acordo com a Defesa Civil, dos nove bairros que há na cidade, apenas um não foi atingido pelas águas. Cerca de 90% do município foi afetado pela enchente. Devido a situação, a cidade decretou calamidade pública no dia 18 de fevereiro.
No último dia 22 de fevereiro, quando as águas baixaram pela primeira vez, os moradores que voltavam para casa chegaram a relatar que a cidade parecia um cenário de guerra.
Calamidade pública
No dia 22 de fevereiro, o governador Gladson Cameli decretou calamidade pública em dez cidades do Acre por conta da cheia dos rios e igarapés. No mesmo dia, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) reconheceu, em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), o estado de calamidade nos municípios de Rio Branco, Sena Madureira, Santa Rosa do Purus, Feijó, Tarauacá, Jordão, Cruzeiro do Sul, Porto Walter, Mâncio Lima e Rodrigues Alves. A cheia dos rios chegou a atingir mais de 130 mil pessoas no Acre.