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Mais dois pacientes de Brasileia com Covid-19 são transferidos intubados para Rio Branco

Foto: Andryo Amaral/Rede Amazônica Acre

Dois pacientes de Brasileia, na região do Alto Acre, foram transferidos para Rio Branco na tarde desta quinta-feira (25). Os pacientes estão em estado grave com Covid-19 e foram levados intubados pelo helicóptero do governo.


Em Rio Branco, a aeronave pousou no heliponto do pronto-socorro. O procedimento foi acompanhado por equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).


Na terça (23), nove pacientes, de Santa Rosa do Purus, Brasileia e Feijó, foram transferidos para unidades hospitalares da capital acreana. Dentre os pacientes, dois eram recém-nascidos e um morreu na UTI do Hospital da Criança com infecção generalizada.


“O Samu fica responsável pela parte de urgência e emergência. Hoje, como estratégia para tentar auxiliar na remoção desses pacientes, foi enviada o Hárpia 04, que é uma aeronave de asa fixa, para Tarauacá para dar auxílio no município e remover os pacientes para Cruzeiro do Sul”, destacou o coordenador e médico do Samu, Pedro Pascoal.


Pascoal explica que existe um projeto para implantar no Hospital Regional do Alto Acre oito leitos de UTI. Com isso, o profissional afirmou que as transferências para a capital acreana devem ser reduzidas porque esses procedimentos, por mais breves que sejam, acabam causando um desgaste no paciente.


“Então, a ideia é iniciar o tratamento e concluir nas unidades de referências. Hoje temos dois grandes centros instalados, que é em Cruzeiro do Sul e Rio Branco, e queremos deixar o Alto Acre da mesma forma. Já existe um hospital grande com uma boa estrutura e a ideia é agora concluir o projeto de terapia intensiva no hospital, assim como centro cirúrgico para dar uma assistência melhor para toda população do Alto Acre”, frisou.


O coordenador do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), major Samir Freitas, explicou que as transferências com as aeronaves acabam dando mais tempo para as equipes médicas e reduz o consumo de oxigênio usado pelo paciente. Ainda segundo ele, antes da pandemia, as equipes resgatavam pacientes esporadicamente, mas agora o procedimento se tornou comum e é feito diariamente.


“Agora nesse momento, há umas três semanas, o nosso acionamento se tornou, praticamente, diário. Então, não há um dia desde que entramos nesse pico, nesses aumentos de casos de Covid, que não sejamos acionados para dar um suporte, trazer um paciente de uma unidade do interior para Rio Branco. Essa solicitação se dá porque pelo meio aéreo a gente ganha tempo, o consumo de oxigênio que o paciente que vem intubado é menor. Então, a aeronave é muito utilizada no acionamento”, confirmou.


Alerta sobre falta de oxigênio

Esta semana, o Ministério Público Federal alertou sobre a possibilidade de faltar oxigênio em pequenos municípios acreanos. Após esse ofício, o Ministério da Saúde informou que iria aumentar o fornecimento do produto para o estado, com fluxo diário a partir de segunda-feira (22).


O Acre registra 67.292 casos de Covid-19 e 1.217 mortes em decorrência da doença até essa quinta (25), segundo boletim da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre). Na tentativa de reduzir o casos da doença no estado, o governo iniciou no dia 13 de março a adoção de medidas mais restritivas com o fechamento das atividades consideradas não essenciais no estado.


O Pronto Socorro de Rio Branco e o Into-AC, onde funciona o maior hospital de campanha do estado, voltaram a registrar aumento na taxa de ocupação dos leitos acima de 90%. Dos 30 leitos de UTI do PS, 27 estão ocupados. Já no Into-AC há apenas um leito vago dos 50 montados.


O Hospital do Juruá, em Cruzeiro do Sul, que recebeu pacientes graves de Rio Branco registrou nessa quinta ocupação de 73,1%. No estado, 368 pacientes estão internados. O estado está em contaminação comunitária desde o dia 9 de abril, com uma taxa de incidência de e 7.523,1 casos para cada 100 mil habitantes. O Acre apresenta um coeficiente de mortalidade (óbitos por 100 mil habitantes) de 136% e de letalidade de 1,8%.


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