Após reteste no grupo de 23 idosos do Lar Vicentino, em Rio Branco, que tinha testado positivo para a Covid-19, o resultado dos exames apontou que 22 estão com a doença e apenas um deu negativo com o segundo teste.
No dia 28 de fevereiro, a direção do asilo divulgou uma nota comunicando que 23 idosos, dos 54 que vivem no local, foram diagnosticados com Covid-19. Já no dia 2 de março, o Ministério Público do Acre (MP-AC) informou que acompanha o caso e pediu que os abrigados tivessem os testes refeitos. O Comitê Técnico Estadual de Investigação de Eventos Adversos Pós-Vacinação contra a Covid-19 do Acre também acompanha o caso.
No dia 1º de março, um grupo já tinha feito os exames novamente e o restante complementou na terça (2). O resultado dos exames, segundo a coordenadora do abrigo, Ana Maria Sobreira, saiu na sexta (5).
“Foi confirmado a Covid, foi feito o reteste, e só um não deu. Então, ficaram 22 pessoas e quatro funcionários. Todos [do abrigo] estão bem, graças a Deus. Eles estão na segunda semana do isolamento e estão bem”, disse.
Dos 22 idosos que testaram positivo para a doença, quatro precisaram ser internados no Instituto de Traumatologia e Ortopedia (Into-AC). De acordo com nota, divulgada pelo Lar Vicentino, três continuam estáveis e apenas um com estado mais grave precisando de oxigênio.
“Três encontram-se estáveis, comunicativos, aceitando alimentação. Ainda encontra-se com terapia medicamentosa e uso de oxigênio. Um encontra-se mais grave como uso de 15 litros de oxigênio, mas está aceitando a terapia medicamentosa de antibióticos”, diz a nota.
Saúde Municipal de Rio Branco investiga caso
O secretário de Saúde de Rio Branco, Frank Lima, explicou que o município está acompanhando e que a pasta vai fazer todo o rastreamento em relação às notificações positivas no abrigo.
“Vamos fazer todo o rastreamento e enviar para o Ministério da Saúde para a gente saber, de fato, o que está acontecendo, se é uma reação adversa da vacina, ou o que realmente aconteceu. Estamos investigando e a secretaria vai acompanhar. O que nos deixa mais tranquilos é que eles [idosos] estão apresentando, o que diz as reações leves e moderadas da vacina. Nós tivemos a notícia que dois vieram a óbito, mas as circunstâncias ainda vão ser investigadas”, disse.
O gestor reafirmou que mesmo quem tomou a vacina, principalmente os idosos, não podem relaxar com as medidas restritivas. “O idosos que têm tomado o imunizante e também a população em geral, não podem baixar a guarda. Mesmo que a pessoa tenha tomado o imunizante, tem que continuar com os cuidados.”
Imunidade um mês após a 2ª dose
Mesmo que o grupo tenha tomado as duas doses da vacina, o infectologista Igor Leitão explicou que o período para quem tomou a CoronaVac ficar imune à doença é de um mês após a aplicação da segunda dose.
“Demora um mês mais ou menos para os anticorpos poderem entrar na corrente sanguínea e a pessoa não pegar mais a doença. E, para quem tomou a CoronaVac, a pessoa pode desenvolver, mas não na forma grave. Como eles tomaram a CoronaVac, ficam suscetíveis a desenvolver a doença de forma leve e tem o fato de que não deu tempo de produzir anticorpos suficiente para proteção”, afirmou o especialista.
Covid-19 no Acre
O Acre tem 56.656 casos de Covid-19 até esta segunda (8) e 1.066 óbitos causados pela doença, segundo boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre).
Em abril do ano passado, o abrigo registrou a morte de um dos idoso, Andre Avelino, de 82 anos, que foi o terceiro óbito por Covid-19 registrado no estado.
No dia 20 de janeiro deste ano, os idosos começaram a ser imunizados com a primeira dose da vacina contra a doença. Segundo a direção, eles tomaram a segunda dose há nove dias.