Uma comitiva composta por representantes das secretarias de estado de Saúde (Sesacre) e de Assistência Social dos Direitos Humanos e de Políticas para Mulheres (SEASDHM) esteve em Assis Brasil nesta quinta-feira (4) para tratar de assuntos relacionados com a situação dos imigrantes retidos naquele município.
Na ocasião, foi estabelecida uma parceria entre os dois entes federativos que tem o objetivo de fazer o levantamento dos dados dos imigrantes, tais como quantitativo de grávidas, crianças e pessoas especiais, além da nacionalidade de cada um e de qual estado brasileiro vieram, bem como se tem interesse de retornar.
De acordo com a assessoria de comunicação da prefeitura de Assis Brasil, as informações serão úteis para a criação de um relatório detalhado sobre os imigrantes, que servirá para expor melhor a situação deles, além de ajudar o município a angariar recursos e ajuda junto às instituições.
Outra pauta do encontro entre as áreas de saúde e assistência social do estado e do município foi a realização de um itinerante de saúde, exclusivo para os imigrantes que estão retidos em Assis Brasil, que ocorrerá no posto de saúde Terezinha Batista dos Santos nesta sexta-feira, (5) e também no sábado (6).
Os atendimentos serão disponibilizados nas áreas de clínica geral, pediatria, realização de exames laboratoriais e testes rápidos de Covid-19, além de outras atividades voltadas para a assistência aos estrangeiros. Até esta quinta-feira (4), havia 13 imigrantes isolados na cidade após teste positivo para o coronavírus.
As testagens dos imigrantes, que haviam sido iniciadas no último dia 24 de fevereiro, foram suspensas nessa terça-feira (2), por não haver mais espaço para mantê-los em isolamento. Dos 13 testados positivamente para o coronavírus, 7 estavam sendo mantidos no ginásio coberto da cidade e o restante estava em hotéis.
Cerca de 60 imigrantes ainda seguem acampados na Ponte da Integração Brasil-Peru, que liga Assis Brasil a Iñapari. Além deles, ainda há pelo menos 400 estrangeiros na cidade, divididos entre dois abrigos improvisados em escolas municipais, de acordo com o prefeito Jerry Correia.
Impedidos de entrar no Peru, de onde querem seguir viagem para outros destinos, parte dos imigrantes não permite que caminhões de carga atravessem a Ponte da Integração. Com o impasse, mais de uma centena de caminhoneiros estão parados nos dois lados da fronteira, acumulando prejuízos que superam os R$ 600 mil.
Na última sexta-feira (26/2), a União ajuizou ação de reintegração de posse na Justiça Federal para desocupar a ponte com uso de força policial. Em seguida, tanto o Ministério Público Federal (MPF) quanto a Defensoria Pública da União (DPU) opinaram por uma saída negociada para a questão.
Em resposta, a Justiça Federal emitiu um despacho na última segunda-feira (1) no processo ajuizado pela União cobrando explicações sobre quais medidas tomou até o momento em que ajuizou a ação ou o que pretende fazer para solucionar os problemas que decorrerão da desocupação forçada.