Imagens mostram salas de UTI do maior hospital de campanha do Acre lotadas

Imagens mostram salas de UTI do Into-AC lotadas em Rio Branco.

O Acre vive o pior momento da pandemia com leitos de hospitais lotados, pessoas morrendo à espera de uma vaga nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), altas nos números de contaminados pela Covid-19 e, mais recente, teve que transferir pacientes para o Amazonas para tentar desafogar o sistema de saúde em colapso.


Imagens exibidas, com exclusividade, no Jornal do Acre 1ª Edição deste sábado (20), mostram as salas de UTI do Instituto de Traumatologia e Ortopedia do Acre (Into-AC), o maior hospital de campanha do estado, lotadas. São imagens impressionantes que revelam o cenário triste da luta pela vida.


Além da lotação, os profissionais de saúde estão com sobrecarga de trabalho tentando salvar vidas e pessoas lutando contra o vírus.


Na sexta-feira (19), o último boletim da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) trouxe mais 12 mortes pela Covid-19 e 644 novos casos de infecção pelo coronavírus. Esse é o maior número de casos em apenas 24 horas desde o inicio da pandemia.


O número de infectados saltou de 64.234 para 64.878 nas últimas 24 horas e o de mortes chegou a 1.168 em todo o estado. Com a Saúde do Acre em colapso, o governo está transferindo pacientes para Cruzeiro do Sul.


Diante do colapso, o Acre transferiu três pacientes para a UTI do Hospital Delphina Rinaldi Abdel Aziz, em Manaus (AM). A transferência foi feita em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Inicialmente, cinco pacientes seriam transferidos, mas um deles desestabilizou ainda no Into-AC e o outro paciente a família desistiu no último momento e não autorizou a transferência.


Leitos de UTI do Into-AC estão lotados com aumento de casos no estado — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre

Leitos de UTI do Into-AC estão lotados com aumento de casos no estado — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre


Na manhã deste sábado, a recepção do Into-AC estava lotada de pessoas em busca de atendimento ou de informações de parentes que estão internados.


UPA do 2º Distrito

Para tentar desafogar os hospitais, Unidade de Pronto Atendimento do Segundo Distrito de Rio Branco (UPA) voltou, na quinta-feira (18), a atender exclusivamente casos de Covid-19. Com isso, os atendimentos ambulatoriais estão suspensos a partir de quinta.


Dos 40 leitos disponíveis, 35 estavam ocupados, e nove são de semi-intensiva. Segundo a direção do hospital, a ideia é ampliar esse número de leitos para 60, mas apenas depois da instalação de uma segunda usina de oxigênio.


Pandemia e colapso no Acre

Na tentativa de reduzir o casos da doença no estado, o governo iniciou no último final de semana a adoção de medidas mais restritivas com o fechamento das atividades consideradas não essenciais no estado.


Nesta sexta (19), o Comitê de Acompanhamento da pandemia suspendeu a coletiva de classificação de nível, mas manteve todas as regionais do estado em bandeira vermelha, de emergência.


No Pronto Socorro de Rio Branco, todos os 30 leitos de UTI disponíveis na unidade continuam ocupados. No Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia do Acre (Into-AC) a situação se repete. São 50 UTIs disponíveis e todas também estão ocupadas.


Rio Branco tem dezenove pacientes com Covid-19 na fila à espera de um leito em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Desse total, 12 são da rede pública e sete do hospital particular Santa Juliana.


O estado está em contaminação comunitária desde o dia 9 de abril, com uma taxa de incidência de e 7.253,2 casos para cada 100 mil habitantes. O Acre apresenta um coeficiente de mortalidade (óbitos por 100 mil habitantes) de 131% e de letalidade de 1,8%.


Dos 106 leitos de UTI nos hospitais da rede SUS disponibilizados no estado, 102 estão ocupados. Dessa forma, a taxa de ocupação total chegou a 96%. Os leitos de UTI estão concentrados na capital, com 85 vagas, e Cruzeiro do Sul, com 26.


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