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Centrão se divide entre trocar Pazuello por deputado ou por médico

É quase unanimidade no Congresso Nacional a percepção que o general Eduardo Pazuello tem de sair do comando do Ministério da Saúde. No entanto, ainda não há consenso para um nome ideal de substituto. O Congresso em Foco ouviu um integrante influente do PP, que afirmou que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente do partido, senador Ciro Nogueira, tentam fazer com que o substituto seja o deputado Luiz Antonio Teixeira Júnior (PP-RJ), conhecido como Doutor Luizinho.


Apesar de Luizinho ser o nome preferido pela cúpula do PP, não há unanimidade dentro do partido. O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), tem dito que Pazuello deve permanecer no cargo. Barros já foi ministro da Saúde durante o governo de Michel Temer (MDB). O Congresso em Foco ouviu relatos de que a indicação de Luizinho não agradaria o paranaense. O líder do governo também é um dos apontados para assumir a Saúde.


Outros deputados do partido querem a saída de Pazuello, mas veem como negativa a pressão para que Luizinho seja escolhido. A opinião dessa ala, que tem eco em outros partidos do Congresso, é que o próximo ministro da Saúde tem que ser um médico de renome nacional. Um dos citados é Raul Cutait, cirurgião gástrico que atua no hospital Sírio Libanês, é professor da Universidade de São Paulo (USP) e membro da Academia Brasileira de Medicina.


O deputado do Rio de Janeiro foi escolhido nesta semana para presidir a Comissão de Seguridade Social da Câmara. No ano passado, ele era o relator da comissão de acompanhamento da covid-19.


Luizinho foi secretário de Saúde do Rio de Janeiro de 2016 a 2018, durante a gestão do governador Luiz Fernando Pezão (MDB). O então secretário foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF), no âmbito da Lava Jato, por constrangimento ilegal.


Na denúncia, apresentada em 2018, os procuradores sustentam que ele influenciou o governo a pagar uma multa de R$ 791.612.,59 para a empresa Brasport, que é do ramo de vigilância sanitária. De acordo com a denúncia, Odir Mendes Filho, dono da empresa, ameaçou funcionários ligados ao governo com uma arma para receber os pagamentos atrasados.


Em entrevista ao jornal O Globo em 2018, pouco após a denúncia, o ex-secretário disse:


“Eu, ainda como secretário, recebi o Odir e disse firmemente que não tinha como pagar. Eu tinha conhecimento da dívida da OS [Organização Social] com a empresa dele, sabia da pressão que estava sendo feita à Pró-Saúde, mas eu não participei de nada disso. Eu não marquei reunião para falar disso. Eu encontrei o atual secretário e, por acaso, ele estava com eles. A gente vai provar que isso não é verdade.”


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