Mas o presidente admitiu que poderá se vacinar: “Lá na frente, depois de todo mundo, se eu resolver tomar, eu tomarei”, afirmou
O presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) falou aos seus apoiadores, na chegada ao Palácio do Alvorada, na noite desta sexta-feira (5/3), que deixará outra pessoa receber a vacina em seu lugar, uma vez que já testou positivo para a Covid-19 e, de acordo com ele, “está imunizado”.
Agora, eu, por exemplo, o pessoal, alguns perturbando ‘tome a vacina’. O que é vacina? Não é um vírus morto? Eu já tive o vírus vivo. Então estou imunizado. Deixa outro tomar a vacina no meu lugar”, disse.
Em seguida, Bolsonaro voltou a defender que a vacina seja voluntária: “Lá na frente, depois de todo mundo, se eu resolver tomar – no que depender de mim é voluntário, não pode obrigar ninguém a tomar vacina, né – eu tomarei. Agora, estamos disponibilizando, ou melhor, disponibilizaremos vacina para todo mundo no Brasil gratuita e voluntária”.
Porém, essa fala do presidente de que “quem já pegou a Covid-19 fica imunizado”, foi refutada pelo próprio Ministério da Saúde. Em dezembro de 2020, a pasta e o governo do Rio Grande do Norte confirmaram o primeiro caso de reinfecção pelo novo coronavírus no Brasil.
Ainda na chegada ao Alvorada, Bolsonaro também falou sobre pedido dos governadores para comprar vacina. “Alguns governadores, no projeto, botaram uma emenda lá, via parlamentares, pros estados comprarem a vacina. Sem problema nenhum. Mas quem vai pagar a conta? Eu. Não. Se quiserem comprar, pode comprar. Mas a vacina vem pro Plano Nacional de Imunização”.
“Ninguém tá contra governador não. Mas nós estamos fazendo contato com o mundo todo. Sempre disse ‘passou pela Anvisa, a gente compra’”, completou.
Ajuda a outros países
Bolsonaro falou ainda em ajudar países vizinhos: “Se não me engano, foi em janeiro que passou, nós começamos a comprar vacina. E nós somos um dos poucos países que fabricam no mundo. Então, nós podemos pegar o IFA [Insumo Farmacêutico Ativo] e produzir a vacina aqui. E nós temos que pensar lá na frente e ajudar países da américa do sul”.
“Não adianta nós estarmos vacinados e, por exemplo ali, vamos supor que um país vizinho nosso tenha dificuldade – que vai ter – para comprar vacina, a gente tem que ajudar. Se a gente fica imunizado, o pessoal lá não fica, no futuro, com toda certeza, tem um prazo que vai ter que reforçar a vacina, tomar de novo. E daí se o pessoal não estiver imunizado do lado de lá, nos prejudica aqui”, finalizou.